Há quase dois meses que o preço no mercado de rua permanece estável, enquanto o acesso a dólares ou euros nos bancos permanece quase impossível ou com limitações. Neste cenário, nacionais e estrangeiros voltam-se para o mercado de rua para comprar divisas, embora a taxas especulativas, que até já estiveram próximas dos 600 kwanzas por cada dólar em Agosto e Julho, depois de máximos de 630 kwanzas em Junho.
Na habitual ronda semanal pelas ruas da capital, a agência Lusa constatou que se mantém a justificação da falta de dólares e de moeda nacional para os preços actuais, segundo as kinguilas de Luanda, como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas, um negócio ilegal.
A venda de cada dólar estava esta Quinta-feira fixa nos 495 kwanzas no bairro do São Paulo e nos 490 kwanzas no bairro dos Mártires de Kifangondo, enquanto as kinguilas do Maculusso transaccionavam a 495 kwanzas e na Mutamba pediam 500 kwanzas pela mesma nota.
Apesar deste período de alguma estabilidade (à volta dos 490 kwanzas), que se regista desde a primeira quinzena de Outubro, o mercado paralelo continua a transaccionar dólares e euros ainda muito acima do câmbio oficial, de 166 kwanzas.
Também há receios de alguma pressão nas próximas semanas, tendo em conta o período festivo e as habituais viagens para o estrangeiro, com a correspondente aumento de procura de divisas.
A inflação também se ressente desta conjuntura e os preços a 12 meses ultrapassaram, segundo o Instituto Nacional de Estatística, os 41 por cento de aumento, até Novembro.