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Economia

Governador do BNA defende reformas no país para travar dependência do petróleo

Angola deve aproveitar a actual crise para fazer reformas, para que o país deixe de ser dependente das receitas petrolíferas, defendeu Quinta-feira o governador do Banco Nacional de Angola, Valter Filipe Silva.

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"Não há melhor momento do que este para fazer as transformações e vocacionar a política económica para a produção interna e sair desta dependência das receitas do petróleo", defendeu, num seminário no Instituto Real de Relações Internacionais, conhecido por Chatham House, em Londres.

Na sua opinião, o país perdeu a oportunidade de fazer restruturações após a crise financeira 2007-2009 no sistema bancário, cujas fragilidades ficaram novamente visíveis na crise dos últimos anos.

Empossado em Março deste ano pelo presidente José Eduardo dos Santos, o economista confessou desejar o cargo desde 2010, altura em que já defendia que "os benefícios do petróleo deviam ser para investir na produção angolana e na diversificação das fontes de exportação de Angola e na qualificação dos recursos humanos".

Segundo Valter Filipe, "entendia naquela altura que devíamos ter 25 mil estudantes angolanos em Inglaterra a estudar nas melhores universidades em matéria de finanças, matemática e economia. Angola seria neste momento um país brilhante e Angola tinha condições para o fazer", vincou.

"Entendemos que a estruturação da dívida e a redução das despesas públicas, o aumento de receitas fiscais e a restruturação do Estado e do sistema financeiro - e também a restruturação política - vão contribuir" para a melhoria das condições de vida no país.

Mesmo elogiando a "liderança brilhante" do país, dizendo que foram feitas "coisas brilhantes", lamentou mesmo assim que a exploração do petróleo, 90 por cento das receitas do Estado e 60 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), não tenha sido mais bem aproveitada.

"Nós, angolanos, cometemos o erro de não ter transformado as riquezas do petróleo na prosperidade e qualidade de vida dos angolanos", afirmou.

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