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Cultura

Bonga apresenta o seu novo álbum em terras lusas

Um dos maiores artistas nacionais estará em Lisboa, no Teatro Tivoli, dia 27 de Dezembro, para apresentar o seu recente trabalho, “Recados de Fora”.

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Em entrevista à agência Lusa, o artista revelou que a escolha do nome para o novo disco, “Recados de fora”, tem uma explicação. “Desde 1972 que ando a mandar recados, derivado da minha vivência em países onde a gente desfruta das democracias, como França e Portugal”, conta.

“Ainda estamos a lutar com grandes preconceitos, de indivíduos que pensam ser raça superior, culturas superiores (…). Há uma forma de dizer não, cantando também. E mandando recados para aqueles que, infelizmente, ainda são complexados, que são pessoas das nossas terras, das nossas áfricas, imensas”, frisa.

Bonga viveu os primeiros 23 anos em Angola, “nos musseques desgraçados” que foram um “ponto de resistência” e evitaram que o semba levasse "uma machadada”.

Rejeita fechar-se "num gueto”, mas “o fio da meada” é o semba, “a referência” de toda a música angolana, do kizomba ao kuduro.

Bonga diz que “quase todos” os músicos jovens lhe pedem conselhos e às vezes até “para corrigir” trabalhos. “As letras de música não podem ser sistematicamente a dar porrada nas mulheres. É a toda a hora… você me traiu, você roubou o meu dinheiro, você não presta mais. O que é isso”, critica.

Bonga gostava de poder actuar mais em Angola. “Todas as grandes vedetas africanas estão no exterior”, lamenta, defendendo que é preciso resolver “o problema da actividade profissional dos africanos em África” e culpando a “falta de interesse das autoridades”.

Septuagenário, Bonga promete “abandonar o barco” só quando sentir que “já se esqueceram” dele, mas confessa que a idade pesa e já o levou a tirar “a barrigaça de cerveja” e ser “mais comedido nas comezainas”.

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