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Negócio dos brinquedos de Natal em crise: diversidade aumenta mas procura diminui

Comerciantes de brinquedos de Luanda queixam-se da fraca procura e de dificuldades na importação para este Natal, apontando a crise financeira e cambial que Angola vive como estando na origem das dificuldades.

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Numa ronda da agência Lusa, os lojistas que se dedicam à comercialização de brinquedos, maioritariamente localizados na avenida Comandante Valódia, em Luanda, revelam que apesar da diversidade ainda existente, comparativamente a épocas anteriores, a procura neste mês de Natal baixou para menos de metade.

É o que diz por exemplo Fernandes Cadete, funcionário da loja "Princesa" que, em conversa com a Lusa, conta que em relação aos outros anos as vendas caíram, "devido ao factor crise que deixa as pessoas as priorizarem os bens de consumo".

"Nós aqui vendemos quase tudo que uma criança precisa, desde brinquedos ao material escolar. Quanto à adesão, baixou muito em comparação com os outros anos", afirma.

Relógios, carros, bonecas, robots ou conjuntos de cozinha de brincar, entre outros, são ali comercializados, neste caso a preços que variam entre os 500 kwanzas e os 80 mil kwanzas.

Ainda assim, desabafa, as vendas reduziram significativamente "apesar de serem preços iguais dos anos anteriores”.

"A procura continua a ser muito diminuta, aparecem clientes que compram alguns brindes mas não se compara com os anos anteriores", diz.

Por dificuldades na importação de mais produtos devido a falta de divisas, aquele estabelecimento comercial viu fechar um total de doze lojas estando a funcionar apenas com quatro da rede "Princesa", vocacionada na comercialização de brinquedos e material escolar.

Dificuldade similar também enfrenta Mustapha Assy, gerente da loja "Monalisa Comercial" que classifica de péssimo o actual ambiente de comercialização de brinquedos de Natal, dada a falta de clientes.

"Até surgem alguns clientes e nós fazemos bons preços, mas eles estão a fugir devido à crise, ou tem gente a priorizar a comida em detrimento de material secundário, como esses brinquedos que aqui vendemos", desabafa.

O comerciante diz ter "os melhores preços do mercado", porque "com 3000 kwanzas dá para comprar uma boneca ou um carrinho pequeno". Em comparação com anos anteriores, neste período de Natal aquela loja já estaria a comercializar grandes quantidades de brinquedos para grandes empresas ou bancos.

Um cenário que este ano cenário está "completamente diferente" e com "reflexos negativos para o nosso negócio".

Ainda de acordo com o comerciante, em consequência da falta de divisas, a sua loja não importou novos brinquedos. "Este ano a gente não importou nada, porque não sai dinheiro através do banco, a gente tem já várias facturas há um ano no banco e elas não saem porque não há dinheiro", apontou Mustapha.

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