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BPC: maior banco comercial do país volta a conceder créditos em 2017

O Banco de Poupança e Crédito (BPC), o maior banco de Angola, vai retomar a sua linha de concessão de créditos no primeiro trimestre de 2017, anunciou o presidente da comissão executiva, Zinho Baptista.

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As áreas prioritárias estão já em estudo com o intuito de atender a demanda dos clientes que continuam a solicitar pelo crédito naquela unidade bancária de fundos públicos em processo de reestruturação devido ao crédito malparado, explicou o responsável.

"A concessão de créditos pode estar para breve, sendo que no primeiro trimestre do próximo ano teremos já indicações sobre as linhas prioritárias a atacar, daí que os nossos clientes podem ficar descansados porque haverá sim credito", avançou Zinho Baptista, à margem da assinatura de um acordo com o Banco Africano de Desenvolvimento, em Luanda.

Porém, disse, não se pode conceder créditos "sem que primeiro se redefinam os critérios da sua atribuição", tendo em conta a situação financeira e económica do país e da própria instituição.

Para esta nova fase de concessão de créditos, alertou, os clientes "deverão obedecer rigorosamente os critérios, não só nacionais, mas também aos critérios das ordens jurídicas internacionais".

O BPC conta com mais de 5200 trabalhadores e 400 agências para um total de clientes superior a 2,2 milhões, mas viu os resultados líquidos descerem quase sete por cento de 2014 para 2015, para 8289 milhões de kwanzas.

Do total de crédito contabilizado até ao final do ano passado pelo BPC, 218.418 milhões de kwanzas correspondem a crédito vencido, por sua vez um aumento de quase 84 por cento igualmente em dois anos.

O Governo criou uma comissão de saneamento do BPC, um dos maiores do país, para avaliar a sua "capacidade de solvência" para tentar salvar o banco público.

Segundo um despacho do ministro das Finanças, Archer Mangueira, ao qual a Lusa teve acesso, esta Comissão de Monitorização do Saneamento e Reestruturação do BPC será liderada por Angélica Paquete, directora da Unidade de Gestão da Dívida Pública do Ministério das Finanças.

O documento refere a "necessidade de ser efectuado um diagnóstico económico e financeiro" ao BPC, para "identificar as fragilidades emergentes da capacidade de solvência do banco junto de instituições internacionais e dos depositantes", mas visando também "salvaguardar os interesses do Estado" naquele banco, bem como "a confiança dos depositantes e a estabilidade do sistema financeiro".

"A comissão tem como principal atribuição o acompanhamento e a monitorização do saneamento e reestruturação do BPC", lê-se no despacho.

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