A Bluepharma registava em 2014 80 por cento em exportações e, quanto à facturação, 2015 conheceu um aumento de 2,5 milhões de euros face ao ano anterior, disse à agência Lusa o presidente do conselho de administração da empresa, Paulo Barradas Rebelo.
Quatro milhões destes 35 são resultado da componente de inovação da Bluepharma, que regista grande parte das receitas na produção de medicamentos genéricos. "Foi um ano de continuidade com a nossa estratégia de investimento na inovação e na internacionalização", afirmou Paulo Barradas Rebelo, sublinhando que 2016 será um ano de consolidação das políticas actuais da empresa. Apesar do crescimento em 2015, tal não se verificou em Portugal.
O mercado português é algo que "preocupa muito" a Bluepharma, devido à estagnação da quota de mercado dos genéricos no país e à existência da contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica, explanou. "Ganhamos dinheiro lá fora, para gastar cá dentro", comentou Paulo Barradas Rebelo, considerando que o Estado deveria apostar nos medicamentos genéricos, por serem uma forma de permitir poupança "por parte do Estado e dos doentes". "Um indicador dos países ricos, modernos e evoluídos é o índice de consumo de medicamentos genéricos", sublinhou.
Segundo Paulo Barradas Rebelo, o objectivo para 2016 é "consolidar" o que tem sido feito, nomeadamente o trabalho realizado no estrangeiro. Para este ano, a Bluepharma não prevê a entrada em novos mercados. Apenas a continuidade do trabalho desenvolvido, nomeadamente nos processos de registo de medicamentos em Espanha, Colômbia, Brasil, Estados Unidos, Chile, Angola e Moçambique.
A vontade da Bluepharma é transformar algo que "se constituiu com genéricos" numa empresa com a facturação baseada em produtos inovadores, contando já com uma equipa de mais de 80 pessoas no grupo de Inovação e Desenvolvimento.
