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Lojas da Avenida da Liberdade, em Lisboa, vendem “sonhos” em época de Natal

Os produtos de luxo das lojas da Avenida da Liberdade, em Lisboa, são adquiridos, essencialmente, por angolanos, brasileiros, russos e chineses com poder de compra para alcançar “sonhos” durante todo o ano, enquanto os portugueses investem mais no Natal.

Público:

A duas semanas do Natal, alguns lojistas daquela avenida lisboeta perspectivam que nos próximos dias haja um maior fluxo de clientes e um aumento das vendas.

Inaugurada em Setembro deste ano, a perfumaria ‘Otro’ regista cerca de 60 por cento de clientes estrangeiros, entre os quais se destacam angolanos, brasileiros, russos e chineses, e 40 por cento portugueses, disse o proprietário do espaço, admitindo que os portugueses “estão um bocado mais camuflados”.

“Os chineses não consomem perfume”, explicou Hugo Banha, referindo que na loja vende também alta joalharia personalizada, desde pulseiras em diamante a telemóveis em ouro de 24 quilates, com um preço base de 6500 euros.

Questionado sobre a expectativa em relação às vendas de Natal, o lojista frisou que “o cliente de luxo é um cliente compulsivo e que não está à espera da altura natalícia” para comprar. Ainda assim, o estabelecimento já recebeu “muitas encomendas para o Natal”, desde perfumes a telemóveis em ouro ou peças de alta joalharia personalizada.

“Não vendo necessidades, vendo sonhos, e o cliente que está ao alcance de um sonho gosta de sonhar alto, ou seja, não sonha só uma vez”, disse Hugo Banha, acrescentando que, “normalmente, o cliente não fica só por um perfume”.

Instalada também na Avenida da Liberdade, a loja ‘Carolina Herrera’ tem uma carteira de clientes de 50 por cento portugueses e 50 por cento estrangeiros, com “uma grande presença da comunidade africana”, sobretudo de Angola e Moçambique, clientes do Brasil, Rússia, China, Coreia, Japão e de alguns países europeus, disse a directora deste espaço comercial, Maria Francisca Romero.

“O Natal converteu-se numa época quase normal do ano, um pouco melhor, porque vem outro público comprar para além do habitual”, argumentou a lojista, explicando que há clientes estrangeiros que, religiosa ou culturalmente, não celebram esta época.

Na quadra natalícia, os clientes fazem compras ocasionais ou “que são mais um capricho do que algo necessário”, considerou Maria Francisca Romero, referindo que, em média, gastam 2000 euros em acessórios, malas e carteiras.

“Seguimos o mesmo ritmo [de vendas] que o ano passado, não estamos nem superior, nem inferior, estamos estáveis”, informou Maria Francisca Romero.

Na ‘Massimo Dutti’, “90 por cento dos clientes são estrangeiros”, revelou a responsável da loja, Fátima Vaz, embora reconhecendo que “na época de Natal, devido às promoções”, se note maior presença de portugueses.

Em relação ao dinheiro gasto em compras de Natal, Fátima Vaz admitiu que este ano “vai ser igual ou superior ao ano passado. Inferior nunca”.

Presente na avenida desde Março deste ano, a ‘Guess’ apresenta cerca de 50 por cento de clientes estrangeiros, provenientes de Angola, Brasil e China, informou a responsável da loja Rita Santos.

No Natal, “há um aumento das vendas”, disse a lojista, reforçando que, “normalmente, o cliente nacional compra mais nesta época”, numa média de 150 euros, em malas, roupa e acessórios.

A Lusa contactou também as lojas ‘Prada’, ‘Louis Vuitton’ e ‘Michael Kors’, que não responderam a quaisquer questões, explicando que é política das empresas garantir a confidencialidade do perfil dos compradores, assim como o registo de vendas.

 

 

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