A quebra dos preços do petróleo, o principal produto exportado por Angola, originou uma quebra nas receitas fiscais e fez disparar a procura de dólares no mercado informal, de rua, onde já se cobra à volta de 270 kwanzas por cada dólar norte-americano, o dobro da taxa oficial de câmbio do País.
A evolução do kwanza face ao dólar tem sido marcada por uma forte volatilidade, de tal forma que na proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2016, o Governo já não arrisca uma previsão.
A taxa de câmbio oficial do Banco Nacional de Angola (BNA) está inalterada, há mais de um mês, nos 135,9 kwanzas na compra de cada dólar norte-americano, enquanto em 2014, antes do início da crise, no Verão, a cotação internacional do barril de crude, rondava os 99 kwanzas por cada dólar.
Na proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2016 o Governo lembra as previsões de 96,6 kwanzas (para 2013), 98,3 kwanzas (2014) e de 125,98 kwanzas (2015).
No entanto, para 2016, o Documento não arrisca qualquer previsão e chega mesmo a alertar para os riscos com a actual crise económica e financeira que o País atravessa e que a execução do OGE "poderá ser significativamente alterada" num contexto de agravamento da "depreciação da moeda nacional relativamente ao dólar americano", nomeadamente "potenciando a realização de despesas acima do previsto, especialmente em categorias como o serviço da dívida para produtos indexados".
"Será necessário garantir um rigoroso monitoramento da evolução da taxa de câmbio relativamente ao dólar americano, num intervalo que assegura a minimização de riscos associados ao cumprimento do serviço da dívida", lê-se no documento.
Num histórico a mais de dez anos, a taxa de câmbio em Angola sofreu três picos, em dezembro de 2005 (70 kwanzas/dólar), em abril de 2007 (40 kwanzas) e em dezembro de 2009 (80 kwanzas).