Representantes dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros dos dois países aprovaram o plano na Terça-feira durante uma reunião em Luanda, que medeia o conflito, informou esta Quarta-feira a estação de rádio local patrocinada pela ONU, Radio Okapi.
Trata-se de um passo fundamental no caminho para a paz no leste da RDCongo, onde operam dezenas de grupos rebeldes, já que o fim das FDLR é uma exigência do Governo ruandês, que colabora com o poderoso Movimento 23 de Março (M23), que está em conflito com o exército regular congolês.
Embora as autoridades ruandesas neguem a alegada colaboração de Kigali com o M23, este facto foi confirmado pela ONU.
Por sua vez, o Ruanda e o M23 acusam o exército congolês de cooperar com os rebeldes das FDLR, fundadas em 2000 por líderes do genocídio de 1994 e por outros ruandeses (hutus) exilados na RDCongo para recuperar o poder político no seu país, colaboração também confirmada pela ONU.
No passado dia 30 de Julho, as delegações da RDCongo e do Ruanda assinaram em Luanda um acordo de cessar-fogo entre as Forças Armadas da RDCongo (FARDC) e o M23, que entrou em vigor na madrugada de 4 de Agosto e que foi violado em várias ocasiões.
A actividade armada do M23 foi reactivada em 2022 após anos de relativa calma e, desde então, o grupo avançou em várias frentes para se posicionar perto da cidade de Goma, nas margens do lago Kivu, que ocupou durante dez dias em 2012.
Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de paz da ONU no país (Monusco).