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Política Visita oficial de Joe Biden

Corredor do Lobito, saúde, segurança e agronegócio na visita de Biden a Angola

O Presidente norte-americano, Joe Biden, vai fazer vários anúncios durante a visita a Angola, no início da próxima semana, concentrados, principalmente, no Corredor do Lobito, mas também em áreas como saúde, segurança alimentar ou agronegócio, indicou Washington.

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"Um conjunto desses anúncios será sobre o Corredor do Lobito. Mobilizamos milhares de milhões de dólares para esse projecto até agora, podem imaginar que o Presidente vai envolver-se com vários componentes desse esforço de infraestrutura e os elevará", disse aos jornalistas a assistente especial do Presidente e directora de Assuntos Africanos no Conselho de Segurança Nacional norte-americano, Frances Brown.

Num 'briefing' sobre as prioridades da visita de Biden a Angola, entre 2 e 4 de Dezembro, Frances Brown indicou que o líder norte-americano vai reunir-se bilateralmente com o Presidente João Lourenço, para aprofundarem as conversas sobre infraestrutura, clima, paz e segurança, democracia e objetivos económicos compartilhados.

Mas o grande foco da viagem estará no Corredor do Lobito, uma infraestrutura ferroviária que liga Angola às zonas de minérios da República Democrática do Congo (RDC) e da Zâmbia e na qual os Estados Unidos são “realmente um membro importante”, especialmente para a segunda fase do projeto, disse a coordenador da Parceria para Infraestrutura e Investimento Global (PGI) no Departamento de Estado norte-americano, Helaina Matza.

Esta fase inclui a construção de 800 novos quilómetros na linha ferroviária que atravessa Angola, Zâmbia e RDCongo, que se somarão aos 1300 já existentes e estão a ser renovados, lembrou Matza.

O objectivo do corredor, assinalou, é reduzir o tempo de trânsito da Zâmbia e sul da RDCongo até ao porto angolano do Lobito dos atuais cerca de 45 dias para menos de uma semana.

A coordenadora frisou que esses investimentos ferroviários fazem diminuir os custos e os tempos de transporte terrestre, abrem o acesso a terras agrícolas aráveis e reforçam a cadeia de abastecimento para minerais energéticos críticos, "impulsionando o crescimento económico resiliente ao clima na região".

Nos últimos 18 meses, os EUA mobilizaram quase cinco mil milhões de dólares para o próprio corredor e para “investimentos em novos projectos de energia limpa, incluindo energia solar”, bem como outras iniciativas de apoio à população e pequenos agricultores, destacou Helaina Matza.

A coordenadora reforçou que o projecto, “em última análise, deverá beneficiar muito mais África” e que os Estados Unidos procurarão “parcerias sólidas” que permitam que se torne “uma rede bastante resiliente” com possibilidade de expansão no futuro, quer em direcção ao Oceano Índico, quer a países como a Namíbia ou a África do Sul.

"O corredor de Lobito não é apenas uma ferrovia ou minerais essenciais. Trata-se também das comunidades que são fortalecidas ao longo do caminho, de mais acesso à educação, trata-se de produtos agrícolas indo para o mercado e de aumentos na conectividade digital", observou, por sua vez, Frances Brown.

A directora de Assuntos Africanos anunciou que Biden deverá também na deslocação a Angola fazer anúncios relacionados com a segurança global da saúde, segurança alimentar e agronegócio, e ainda um "anúncio importante sobre cooperação no setor de segurança" e "sobre a preservação da rica herança cultural de Angola".

Em 2023, o comércio entre Estados Unidos e Angola totalizou aproximadamente 1,77 mil milhões de dólares, o que tornou Angola no quarto maior parceiro comercial de Washington na África Subsaariana.

"Vemos Angola como um parceiro estratégico e um líder regional. O nosso relacionamento com Angola transformou-se completamente nos últimos 30 anos, e essa transformação ganhou ritmo nos últimos três anos", assinalou Frances Brown.

Nesse sentido, a directora de Assuntos Africanos resumiu a viagem de Biden a Angola a três objectivos: "elevar a liderança dos EUA em comércio, investimento e infraestrutura em África"; destacar a "liderança regional e a parceria global de Angola num espectro completo de questões urgentes, incluindo comércio, segurança e saúde"; e, por último, destacar a "notável evolução do relacionamento EUA-Angola".

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