"Mantemos a nossa previsão de que a inflação vai continuar a abrandar durante o resto deste ano e em 2025, devido aos efeitos favoráveis de base e à redução das pressões provenientes dos preços globais das matérias-primas", escrevem os analistas do departamento africano da Oxford Economics.
Na nota enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, sobre a evolução da subida dos preços em Angola, a Oxford Economics escreve que "o enfraquecimento da moeda nacional angolana no segundo semestre, para mais de 900 kwanzas por dólar, vai abrandar um pouco a desinflação em 2025", razão pela qual antecipam que a inflação vá ficar nos 28,1 por cento este ano e nos 19 por cento em 2025.
A previsão assenta num preço do petróleo de 72,6 dólares por barris e "um modesto aumento de 1,7 por cento na produção petrolífera em 2025, resultando num declínio de 2 por cento das exportações de petróleo em comparação com 2024".
Assim, concluem, a moeda nacional deverá valer, em média, 922,7 kwanzas por dólar em 2025, o que representa um enfraquecimento face aos 870 kwanzas por dólar este ano.
A inflação no país voltou a desacelerar em Outubro, situando-se nos 29,17 por cento, menos 0,76 pontos percentuais comparativamente a 29,93 por cento em Setembro, mas está ainda 12,59 pontos percentuais acima do valor observado no mês homólogo de 2023, segundo a Folha de Informação Rápida do Instituto Nacional de Estatística, relativa ao Índice de Preços no Consumidor (IPCN), que dá conta de tendência decrescente há três meses.
A "alimentação e bebidas não alcoólicas" foram as classes que mais contribuíram para o aumento do nível geral de preços com 1,01 pontos percentuais durante o mês de Outubro, seguindo-se os "bens e serviços diversos", a "saúde" e "vestuário e calçado".
Em Outubro, a taxa de inflação mensal foi de 1,55 por cento, o que representa uma desaceleração de 0,08 pontos percentuais em relação ao mês anterior, segundo a Folha de Informação Rápida.
A classe "Saúde" e "Hotéis, cafés e restaurantes" foram a que registaram os maiores aumentos de preços em termos mensais, com uma variação de 2,06 por cento.
Destacam-se também os aumentos dos preços verificados nas classes: "Vestuário e calçado" com 1,84 por cento e "Bebidas alcoólicas e tabaco" com 1,81 por cento.