A informação foi avançada pelo embaixador do Reino dos Países Baixos em Angola, Tsjeard Hoekstra, que se reuniu, esta Terça-feira, com o vice-governador do Huambo, Angelino Elavoco, numa audiência onde foi abordado o projecto de produção de abacates, que lança, esta Quarta-feira, no Huambo, o primeiro cluster (conjunto de empresas).
Na ocasião, segundo um comunicado do governo provincial do Huambo, a que o VerAngola teve acesso, o diplomata holandês informou que o projecto, avaliado em mais de um milhão de euros, vai contribuir para o estímulo da produção agrícola naquela província, "com realce para frutas tropicais e permitir a exportação através da plataforma logística da Caála, para Holanda, que posteriormente distribuirá em outros pontos do continente Europeu".
Segundo o embaixador, o projecto poderá possibilitar nos próximos anos, Angola "ocupar lugares cimeiros na exportação de abacate, a partir do Porto da Holanda, considerado um dos maiores do continente europeu, com capacidade de mais de 18 milhões de toneladas", lê-se na nota.
Sobre o cluster do abacate, previsto realizar-se esta Quarta-feira no Huambo, Tsjeard Hoekstra referiu que consiste numa conferência entre empresários angolanos e holandeses, que se encontram a explorar a possibilidade de exportar abacates do Huambo para o mercado europeu.
Citado pela Angop, o embaixador referiu que no cluster vão estar três grandes fazendas comerciais, que facilitarão o avanço do processo de exportação, sem deixar de lado os agricultores familiares, que serão beneficiados com árvores para produzirem este fruto e depois o vender.
Segundo o diplomata holandês, este fruto é amplamente apreciado no continente europeu, sobretudo no seu país, pelo que se tem em vista alcançar, em parceria com empresários de ambos os países, um grau de produção que viabilize a sua entrada na União Europeia.
Esclareceu ainda que o abacate tem diversas utilidades, como o óleo, pelo que já há contactos adiantados com empresas que têm interesse em o exportar ou transformar no ramo dos cosméticos, escreve a Angop.
Já o vice-governador do Huambo deu valor ao projecto e assegurou apoio para a sua implementação.
No encontro, Angelino Elavoco "desejou boas-vindas à delegação e valorizou o projecto de produção de abacates, com o lançamento do primeiro cluster, na província do Huambo, que acontece Quarta-feira, tendo garantido total disponibilidade e apoio institucional do governo da província do Huambo, para a implementação exitosa do projecto", lê-se no comunicado do governo provincial.
O vice-governador provincial realçou que o projecto possibilitará o engajamento e agregação dos operadores económicos que já "lidam com a produção de abacate em larga escala, bem como as famílias camponesas e pequenos produtores, aumentando os indicadores de produção agrícola" e combate à fome e a pobreza.
A audiência contou ainda com a presença do presidente do Conselho de Administração da Agência Reguladora de Certificação de Carga e Logística de Angola (ARCCLA), Catarino Pereira.
Na ocasião, Catarino Pereira considerou que a parceria entre a ARCCLA e os Países Baixos "é um projecto sustentável, onde fundamentalmente tem como prioridade os operadores económicos e as famílias produtoras", refere ainda o comunicado.
Afirmou que estão a ser desenvolvidas infra-estruturas para armazenar, tratar e processar produtos agrícolas, devido ao aumento observado nos últimos anos, tendo acrescentado que já há pequenos agricultores que estão a exportar abacates e citrinos para os Países Baixos e que são bem recebidos, tornando-se importante dar continuidade ao investimento para garantir a qualidade necessária para o mercado europeu, escreve a Angop.
O cluster será realizado no Centro Cultural Manuel Rui Monteiro e servirá para apresentar o projecto "Agro-logístico Flying Swans - Plataforma Logística da Caála", bem como realizar palestras, assinar o contrato de subsídio entre o cluster do abacate da província do Huambo e o governo holandês, entre oturos.