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Estudo diz que jovens africanos estão mais instruídos mas enfrentam problemas de empregabilidade

Os jovens africanos são actualmente mais instruídos que as gerações anteriores, mas enfrentam problemas maiores de empregabilidade, segundo o estudo do Perfil Pan-Africano do Afrobarómetro divulgado esta Segunda-feira, que inquiriu 39 nações africanas.

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O estudo, preparado entre 2021 e 2023, mostra também que os jovens estão muito menos empenhados do que os mais velhos em actividades cívicas e políticas suscetíveis de provocar mudanças, incluindo o voto nas eleições, mas o seu contacto com os líderes locais tem aumentado.

O desemprego é a principal prioridade política que os jovens entre os 18 e os 35 anos querem que os seus Governos abordem, seguido da gestão económica.

Em ambas as questões, de acordo com o estudo, a maioria dos jovens, na maior parte dos países abrangidos, considera que o seu Governo não está a ter um bom desempenho.

Em comparação com as gerações mais velhas, os jovens têm menos confiança nas instituições e nos líderes governamentais e são mais susceptíveis de os considerar corruptos, segundo a investigação divulgada.

Apesar disso, o estudo indica que os jovens africanos estão empenhados na democracia e opõem-se a alternativas não democráticas, incluindo o regime militar, como os mais velhos, mas estão particularmente insatisfeitos com a forma como a democracia funciona nos seus países e, no caso hipotético de os líderes eleitos abusarem do seu poder, é mais provável que aceitem uma intervenção militar do que os mais velhos.

Os resultados indicam que cerca de dois terços (64 por cento) dos jovens entre os 18 e os 35 anos têm pelo menos o ensino secundário, em comparação com 35 por cento dos que têm 56 anos ou mais.

Relativamente aos países da África lusófona, 67 por cento dos jovens de Angola e de São Tomé e Príncipe estão desempregados ou à procura de emprego. Em Moçambique a taxa é de 60 por cento e em Cabo Verde são 41 por cento dos jovens.

Nos 39 países inquiridos, em média, apenas 19 por cento, dois jovens em cada 10, dizem que o seu Governo é bom a criar empregos.

Tal como os mais velhos, 64 por cento dos jovens africanos apoiam a democracia, 80 por cento rejeitam alternativas autoritárias como um Governo de um só homem, 78 por cento rejeitam um Governo de um só partido e 65 por cento rejeitam um Governo militar.

No entanto, 60 por cento, seis em cada 10 jovens, não estão satisfeitos com a forma como a democracia funciona no seu país.

Cerca de 56 por cento dos jovens estão também mais dispostos a tolerar uma tomada de poder pelos militares se os líderes eleitos "abusarem do seu poder".

Os jovens têm menos probabilidades do que os cidadãos mais velhos de votar nas eleições (63 por cento contra os 84 por cento das pessoas mais velhas), de se identificar com um partido político (37 contra 45 por cento), de participar numa reunião comunitária (43 contra 54 por cento) e de se juntar a outros para discutir um problema (39 contra 45 por cento).

Todavia, o estudo indica que, embora sejam baixas, as taxas de contacto dos jovens com chefes tradicionais, conselheiros comunais, líderes de partidos políticos e membros do parlamento aumentaram desde 2014/2015.

O Afrobarómetro é uma rede de investigação pan-africana e apartidária que produz dados sobre as experiências e avaliações dos africanos em matéria de democracia, governação e qualidade de vida. Desde 1999, foram realizadas nove rondas de inquéritos.

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