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Saúde

Angola e Moçambique são países lusófonos com mais casos de tuberculose em 2022

Angola e Moçambique foram os países e território de língua oficial portuguesa que mais casos de tuberculose registaram em 2022, de acordo com um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a doença.

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Aqueles dois países, mais o Brasil, continuam a figurar na lista dos 30 países com mais casos de tuberculose, à semelhança da anterior edição do Relatório Mundial sobre a Tuberculose 2023, que apresenta dados sobre as tendências da doença e a resposta à epidemia em 192 países e territórios e fornece uma avaliação exaustiva e atualizada da epidemia de tuberculose e dos progressos na resposta a nível mundial, regional e nacional.

No que diz respeito a todos os países e territórios de língua oficial portuguesa, e a partir da aplicação móvel que a OMS disponibilizou, com a informação por país e territórios, a partir do banco de dados global de tuberculose, é possível comparar a informação de novos casos e de óbitos entre 2015 e 2022.

Angola é o país ou território de língua oficial portuguesa com o maior número de casos e de óbitos: 119 mil e 19 mil, respectivamente.

Moçambique acompanha Angola no número de casos, 119 mil, mas no que diz respeito a óbitos é o terceiro, com 5,3 mil.

O Brasil registou 105 mil novos casos e 7,2 mil óbitos.

No caso de Angola, o relatório destaca que é um dos países cuja população enfrenta "despesas de saúde catastróficas particularmente elevadas".

O Brasil, por seu lado, é um dos países com elevada carga de tuberculose que regista os níveis mais elevados de cobertura de tratamento em 2022, isto é, superior a 80 por cento.

Embora continuando a ser um dos países com mais casos de tuberculose, Moçambique merece destaque positivo no relatório ao apresentar progressos na redução do número de mortes causadas pela tuberculose.

Moçambique registou uma redução de 50 por cento nos óbitos resultantes da tuberculose no período 2015-2022.

O relatório da OMS destaca ainda o aumento substancial do investimento nos cuidados de saúde no Brasil e Moçambique.

"De 2000 a 2020, registaram-se aumentos notáveis nas despesas de saúde (de todas as fontes) 'per capita' num pequeno número de países com elevada incidência de TB, nomeadamente os países de rendimento médio-alto como o Brasil e, no caso de Moçambique esse aumento é apresentado como sendo uma "tendência constante".

Relativamente aos restantes países e território de língua oficial portuguesa, Cabo Verde, com 180 novos casos e 19 óbitos, é o que apresenta o melhor registo.

Quanto aos restantes países e territórios de língua oficial portuguesa, no que diz respeito à incidência de novos casos, a Guiné-Bissau registou 7,6 mil, seguindo-se Timor-Leste (6,7 mil), Guiné Equatorial (4,6 mil), Região Administrativa Especial de Macau (340) e São Tomé e Príncipe (260).

No registo de óbitos, a Guiné-Bissau notificou 1,5 mil, seguindo-se Timor-Leste (770), Guiné Equatorial (310), São Tomé e Príncipe (55) e Macau (28).

Causada por bactérias 'Mycobacterium tuberculosis' que afetam mais frequentemente os pulmões, a doença pode espalhar-se quando pessoas doentes com tuberculose expelem bactérias no ar – por exemplo, tossindo.

A tuberculose é evitável e curável. Cerca de 85 por cento das pessoas que desenvolvem tuberculose podem ser tratadas com sucesso com um regime medicamentoso de quatro a seis meses.

O tratamento tem o benefício adicional de reduzir a transmissão da infecção.

Citado no documento, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, salienta que actualmente estão disponíveis os conhecimentos e as ferramentas para por cobro à TB.

"Temos um empenhamento político e temos uma oportunidade que nenhuma geração na história da Humanidade teve: a oportunidade de escrever o capítulo final da história da tuberculose", acrescentou.

A directora do Programa Mundial da OMS para a doença, Tereza Kasaeva, igualmente citada no relatório, recorda que existem "compromissos fortes dos líderes mundiais na declaração política da segunda reunião de alto nível da Nações Unidas sobre a tuberculose".

Esses compromissos, salientou, "dão um forte impulso para acelerar a resposta à TB".

"O presente relatório fornece dados e provas sobre a situação da epidemia de TB e uma análise dos progressos, que podem servir de base à tradução destes compromissos e objectivos em acções nos países. Precisamos de todas as mãos à obra para tornar a visão de acabar com a tuberculose uma realidade", concluiu.

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