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Angola vive profunda crise económica e diversificação da economia é “uma miragem”

O líder da UNITA alertou para o facto de Angola estar a viver uma profunda crise económica, marcada pela pobreza, e que a diversificação da economia se tornou “uma miragem”. Adalberto Costa Júnior fez o retrato da situação económica do país quando discursava na abertura da Conferência sobre os Desafios Económicos e o OGE [Orçamento Geral do Estado], promovida pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), através do seu Governo Sombra.

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Segundo Adalberto Costa Júnior, o petróleo continua dominante na economia angolana, "apesar das engenharias estatísticas" do Governo, uma situação que considerou estranha, pois, disse, Angola tem tudo para sair dessa crise.

"Temos tudo para inverter essa pobreza e pobreza extrema. Temos tudo para recolocar um sorriso na face de todos os angolanos que são muitos, felizmente! A solução não está nas riquezas do país; a razão não é a incapacidade das pessoas. A razão está na liderança do país", sublinhou, realçando que Angola é um dos mais ricos países do mundo.

De acordo com o líder da UNITA, a conferência que o partido realizou serviu "para ajudar o país a promover caminhos de estabilidade e desenvolvimento".

"Não sendo eu um especialista de matérias económicas, compete-me dizer que têm sido essencialmente as lideranças políticas as maiores responsáveis pelo retardar do país! A actual crise económica tem respaldo nas decisões políticas. Há perda de valores, perda de referências e inexistência de um claro caminho que porte soluções", frisou.

Para Adalberto Costa Júnior, ter mais de 50 por cento do OGE para 2024 direcionado ao pagamento da dívida "pode conduzir a um verdadeiro desastre", especialmente se continuarem "a ser negadas as reformas que todos exigem".

"Não será possível atingir meta alguma sem as reformas políticas e administrativas! Continuar a manipular os números, continuar a abafar os empresários genuínos; substituí-los por governantes corruptos, continuar a negar as autarquias locais; manter o poder judicial e legislativo amarrados e como caixa de ressonância do chefe do regime! Só com um forte e claro travão a todas estas más práticas, poderemos alcançar metas de servir todos e desenvolver o país", considerou.

O líder do principal partido da oposição disse ainda que a UNITA entende que não se consegue o crescimento e desenvolvimento económico com salários miseráveis ou empobrecendo o empresariado nacional, por via da concorrência desleal do próprio Estado, que exerce um peso excessivo sobre a economia, provocando a sua ineficácia e ineficiência.

Relativamente ao aumento salarial da função pública, que o Governo prevê aumentar no próximo ano em 5 por cento, Adalberto Costa Júnior defendeu que "os vencimentos da função pública devem aumentar e não de forma paliativa".

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