“Pensamos que o corte orçamental que recebemos é muito acentuado”, disse Maria Nelumba, que solicitou a revisão do orçamento para o exercício económico de 2024.
“Passámos de 19 por cento, em 2023, para 17 por cento, em 2024. A nível de bens e serviços, tivemos uma redução de 33 por cento para 16 por cento. Portanto, se quisermos que o Bengo se desenvolva, precisamos de ter algum benefício maior para podermos desenvolver todos projectos”, lamentou. A governante disse também haver necessidade de mais apoio para atrair investidores e aumentar a base tributária.
Maria Nelumba explicou que, na área Social, o desenvolvimento vai permitir a continuação dos programas e projectos em curso, bem como a programação de acções para a melhoria da educação, ensino profissional, saúde, cultura, desporto, turismo, juventude, e também programas de assistência ao empreendedorismo, apoio aos antigos combatentes, à família e à promoção da mulher.
No domínio da energia eléctrica, o Presidente da República foi informado de que apenas os municípios do Dande e Ambriz beneficiam da energia da hidroeléctrica das Mabubas. Na ocasião, foi solicitado a implementação do programa de electrificação da província, com realce para a electrificação das zonas rurais, com recurso à energia fotovoltaica.
Relativamente ao abastecimento de água, defendeu-se a necessidade urgente de construção de uma nova estacão de captação nas Mabubas e também a requalificação de outra em Porto Kipiri, para melhorar o fornecimento de água, sobretudo no Dande.
A asfaltagem das estradas que ligam as sedes municipais fazem, igualmente, parte do caderno das necessidades do governo do Bengo. O município de Nambuangongo, segundo a governadora, é o único que não está ligado com à sede do governo por via de estrada asfaltada.
A província debate-se ainda com dificuldades no tráfego interno municipal. Neste capítulo, foram solicitados mais 30 autocarros para dar resposta à demanda actual, especialmente no município do Dande, onde existem cerca de 315 mil habitantes.
A nível das telecomunicações, a melhoria dos sinais de rádio e de televisão, com a instalação de uma antena repetidora na comuna das Mabubas, bem como serviços de Internet, são outros motivos de preocupação da governadora.
“A inexistência desses serviços em algumas comunas e a falta de energia eléctrica cortam a possibilidade da fixação da banca comercial, que, praticamente, só existe nos municípios do Dande e do Ambriz”, disse a governante.
Em relação à agricultura, foi solicitado ao Ministério da Agricultura e Florestas a inclusão dos municípios de Bula Atumba, Dembos, Pango Aluquém e Nambuangongo num programa que está a ser financiado pela União Europeia. “Sabemos que o café é uma commodity que tem um bom preço actualmente no mercado internacional e isso ajudaria imenso a ter receitas para a província”, realçou.
No final da reunião, o Presidente da República, acompanhado da primeira-dama e membros do Executivo, visitou uma exposição sobre as potencialidades agrícolas da província do Bengo.
