O investimento faz parte de uma linha de crédito de 190 milhões de dólares para apoiar a Etu Energias, a maior petrolífera privada angolana, na aquisição de reservas pertencentes àquelas duas petrolíferas, de acordo com um comunicado divulgado esta Quarta-feira pela AFC.
Após a aquisição, a Etu Energias deterá uma participação de 20 por cento no Bloco 14 em águas profundas e de 10 por cento no Bloco 14K em águas profundas, reservas petrolíferas localizadas a 100 quilómetros da costa de Cabinda, no norte de Angola. Ambos os blocos são explorados pela petrolífera norte-americana Chevron.
A aquisição duplica a taxa de produção líquida da Etu Energias de 9000 barris por dia (bpd) para 19.000 bpd, cimentando a posição da empresa como a principal empresa privada angolana de petróleo e gás a montante.
"A AFC está inabalavelmente empenhada em impulsionar o crescimento dos operadores locais no sector da energia em todo o continente", sublinhou o presidente e director executivo da AFC, Samaila Zubairu, citado no comunicado.
"O nosso apoio financeiro está alinhado com a missão mais ampla da AFC de apoiar o desenvolvimento sustentável dos vastos recursos de África, ao mesmo tempo que retém o valor no continente. Estamos ansiosos por trabalhar com a Etu Energias para alcançar os objectivos de transição energética de Angola", acrescentou.
De acordo com Edson Rodrigues, director executivo da Etu Energias, esta aquisição "é a primeira de outras que virão numa relação crescente" com a AFC.
"Pretendemos melhorar as nossas capacidades operacionais, proporcionando uma oportunidade distinta para os intervenientes locais como nós, especialmente nas operações offshore, onde as empresas petrolíferas internacionais têm historicamente dominado", acrescentou o gestor.
A AFC está a intensificar o investimento no sector energético angolano, onde já investiu aproximadamente 165 milhões de dólares na Sonangol entre 2021 e 2022, a que se soma um investimento recente de 100 milhões de dólares para a construção da refinaria de petróleo de Cabinda, no norte de Angola, juntamente com a Gemcorp Holdings Limited (GHL) e o African Export-Import Bank (Afreximbank), segundo a AFC.
A instituição financeira de desenvolvimento multilateral pan-africana foi criada em 2007 por estados africanos soberanos com o objectivo de fornecer soluções para infra-estruturas em África e é detida maioritariamente (62 por cento do capital) por investidores privados, a maior parte dos quais instituições financeiras africanas, e pelo Banco Central da Nigéria (38 por cento).
