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BMI Research estima que concessão de crédito caia de 20 para 6 por cento no próximo ano

A consultora BMI Research estima que a concessão de crédito em Angola caia de um crescimento de 20 por cento este ano, para 6 por cento em 2024, devido às elevadas taxas de juro e ao fraco crescimento económico.

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"Antevemos que o crescimento do crédito em Angola vá abrandar fortemente, de 20 por cento em 2023 para 6 por cento em 2024; as elevadas taxas de juro e o crescimento económico anémico vão limitar a procura de empréstimos, e o apetite dos bancos para emprestar ao setor privado vai enfraquecer devido à deterioração da qualidade dos activos e ao aumento das emissões de dívida interna pelo Governo", escrevem os analistas.

No comentário ao sector financeiro em Angola, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, esta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings alertam ainda que "o enfraquecimento da taxa de câmbio vai erodir as almofadas de capital a curto prazo, ainda que os rácios de capital continuem bem acima das metas prudenciais".

A previsão de crescimento de 6 por cento no volume de crédito concedido pelos bancos às empresas e particulares em Angola, no próximo ano, é motivado essencialmente pelo impacto da evolução das taxas de juro nos últimos trimestres.

"Como parte das reformas de política monetária, o Banco Nacional de Angola aumentou abruptamente a sua taxa de juro diretora, de 15,5 por cento para 20 por cento em Julho de 2021 e, apesar de ter cortado a taxa para 17 por cento desde então, continua acima da média de 14,79 por cento registada entre 2013 e 2022", escrevem os analistas, considerando que "o BNA deverá manter a taxa em 2024, o que vai manter os custos dos empréstimos elevados, influenciando a procura de crédito".

O fraco crescimento económico previsto para o próximo ano, de apenas 0,6 por cento, segundo a BMI Research, vai juntar-se à aceleração da inflação, de 13,5 por cento em 2023 para 17,1 por cento em 2024, limitando também a procura de crédito devido ao aumento do custo de vida.

Além disso, concluem, a "provável deterioração da qualidade dos ativos vai tornar os bancos mais cautelosos nos empréstimos ao setor privado", já que a percentagem de crédito malparado subiu de 14,3 por cento em Maio, para 14,5 por cento em Junho, último mês para o qual há dados disponíveis.

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