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PR aborda situação na RDC com Guterres e Félix Tshisekedi

O Presidente da República, João Lourenço, abordou a situação na República Democrática do Congo (RDC) com o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e com o seu homólogo da RDC, Félix Tshisekedi.

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De acordo com uma nota da Presidência, divulgada na sua página de Facebook, o chefe de Estado falou com Guterres no Sábado.

"O Presidente João Lourenço pontualizou ao secretário-geral da ONU sobre as suas últimas diligências e António Guterres, na sequência, manifestou todo o seu apoio aos esforços de mediação do estadista angolano na RDCongo", refere a nota da presidência.

António Guterres manifestou também urgência em falar com os presidentes Félix Tshisekedi, da RDCongo, e Paul Kagame, do Ruanda.

Já nesta Terça-feira, a evolução da situação de segurança na RDC foi abordada entre João Lourenço e Félix Tshisekedi.

"O evoluir da situação de segurança na República Democrática do Congo foi motivo de uma conversa telefónica hoje [Terça-feira] entre os Presidentes João Lourenço, de Angola, e Félix Tshisekedi, da RDC", lê-se numa outra nota da Presidência.

O M23 ("Movimento 23 de Março"), antiga rebelião tutsi que pegou em armas no final de 2021, ganhou terreno no Sábado no leste da RDC, apoderando-se nomeadamente de duas cidades, Kiwanja e Rutshuru-centro, localizadas na Estrada Nacional 2, um eixo estratégico que serve Goma, capital da província do Kivu-Norte.

O Presidente da RDC, Félix Tshisekedi, presidiu no Sábado em Kinshasa a "uma reunião alargada do Conselho Superior de Defesa" para avaliar a situação após "uma série de ataques e ocupações de localidades congolesas (...) pelo M23" e decidiu expulsar o embaixador ruandês.

Kinshasa acusa há meses Kigali de apoiar o M23.

Um relatório não divulgado pelas Nações Unidas, consultado em Agosto pela agência France-Presse (AFP), apontou o envolvimento ruandês com o M23 e, esta semana, um diplomata dos Estados Unidos na ONU deixou claro que as Forças de Defesa ruandesas estão a ajudar o M23.

O Ruanda nega e acusa a RDC - que também o nega - de conluio com as Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), um movimento rebelde hutu ruandês, com alguns dos seus elementos envolvidos no genocídio dos tutsis no Ruanda em 1994.

Discursando em Setembro na 77.ª assembleia geral da Organização das Nações Unidas, Félix Tshisekedi, encorajou o seu homólogo João Lourenço a prosseguir com as acções em prol da paz e estabilidade no seu país e destacou o Roteiro de Luanda acordado entre a RDC e o Ruanda, bem como o apoio à continuação do processo de paz de Nairóbi.

Em Julho, Félix Tshisekedi, e o seu homólogo do Ruanda, Paul Kagame, encontraram-se em Luanda para uma cimeira tripartida mediada por João Lourenço para discutir uma solução para o conflito armado na fronteira leste da RDC.

Na altura, João Lourenço assinalou os "progressos positivos" que resultaram num cessar-fogo entre outras medidas que constam de um roteiro para a paz.

As relações entre o Ruanda e a RDC, países vizinhos, deterioraram-se desde que a RDC recebeu, na sua parte leste, hutus ruandeses acusados de participar do genocídio de tutsis em 1994.

O M23 era inicialmente uma milícia congolesa formada por tutsis da RDC e, alegadamente, apoiada pelos governos de Ruanda e Uganda. Em 23 de Março de 2009, a milícia assinou um acordo de paz com o Governo congolês que culminou com a incorporação dos seus membros no exército da RDCongo.

Em Março último, a RDC acusou o Governo do Ruanda de enviar militares das forças especiais para o território congolês.

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