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Standard Bank prevê recessão até 2023 e “mais dor” para contribuintes

O economista-chefe do Standard Bank responsável por Angola disse que o banco reviu a previsão de evolução económica de Angola, antecipando agora uma recessão até 2023 e "mais dor" para os contribuintes.

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"A expectativa é de saída da recessão em 2022 e possível retorno em 2023 se não houver investimento substancial no sector petrolífero por causa do fim de vida útil de alguns dos poços", afirmou Fáusio Mussa à agência Lusa, no seguimento do lançamento do relatório sobre as economias africanas, divulgado esta Quinta-feira.

"O Produto Interno Bruto contraiu-se 8,8 por cento no segundo trimestre de 2020, o que é mais do que a nossa expectativa de 5,7 por cento, por isso antevemos agora uma recessão de 5,2 por cento em 2020, e pensamos que a economia vai continuar a contrair-se em 2021", lê-se no documento, que antevê que o setor petrolífero continue em queda.

"O sector petrolífero continua a passar por um declínio na produção e a recuperação da economia não petrolífera vai provavelmente ser insuficiente para levantar a economia", acrescentou-se no relatório.

Olhando para os números da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, o relatório do Standard Bank referiu que "o PIB do petróleo e gás vai contrair-se 6,2 por cento e a economia não petrolífera deverá crescer 2,2 por cento, o que faz com que o PIB total fique com um crescimento de 0 por cento em 2021, que compara com uma contração de 2,1 por cento prevista pelo Governo para este ano".

Para Fáusio Mussa, que assina a nota do Standard Bank sobre Angola, o corte previsto do défice de 4 por cento este ano para 2,2 por cento em 2021 implica "a substituição das receitas do petróleo por aumentos de impostos fora do setor petrolífero".

Nesse sentido, Mussa concluiu que, "dada a magnitude dos múltiplos choques que Angola enfrenta, os contribuintes vão provavelmente enfrentar mais dor".

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