"A pandemia de covid-19 deu-nos a oportunidade de redefinir os nossos processos, fazer uma revisão e realinhamento de orçamento e prioridades e de revisitar decisões tomadas", disse, durante o segundo dia do Fórum Angola, organizado pelo Instituto Real de Relações Internacionais Chatham House.
O principal objectivo da estratégia do Governo, explicou, é introduzir "considerações climáticas" nas decisões feitas sobre investimentos económicos e sociais no país.
O responsável do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente falava num painel do evento, realizado por videoconferência, que debateu o desenvolvimento de uma "economia verde" em Angola.
Gaspar Martins referiu projecções de um aumento de 1,5 graus centígrados e um decréscimo de 2 milímetros de precipitação mensal até ao fim do século em Angola, onde já existem "indícios de alteração de parâmetros climáticos".
Segundo Allan Cain, director da organização não-governamental "Development Workshop" em Angola, dados recolhidos nos últimos anos apontam para um agravamento de problemas como a escassez de água e seca, tempestades tropicais e inundações associadas e erosão do solo.
Tendo em conta que grande parte da população se deslocou para cidades costeiras durante a guerra civil, Cain alerta para o risco de uma subida do nível da água do mar colocar em risco muitas habitações.
"Os responsáveis pelo planeamento urbano em Angola devem ter em consideração a adaptação às alterações climáticas como parte da sua estratégia. Mapas de risco são essenciais", defendeu.