Segundo o relatório trimestral da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) apresentado em Luanda, apesar da diminuição do volume de negócios nesse período de 240,33 mil milhões de kwanzas em 2018, para 215,45 mil milhões de kwanzas em 2019, em termos acumulado registou-se um aumento de 7,29 por cento face ao ano passado.
O coordenador do departamento de Negociação da BODIVA, Odair Costa, que fez a apresentação do relatório, assinalou que, não obstante o decréscimo do trimestre, o aumento do montante acumulado negociado em 2019 "foi assinalável".
"No terceiro trimestre em específico há uma redução, mas no ano, se compararmos os montantes acumulados até ao terceiro trimestre de 2018 e de 2019, verificamos que em 2019 continuamos acima. Estamos com um montante negociado total de 642.000 milhões de kwanzas ao passo que em 2018 tínhamos 508.000 milhões", assinalou.
Questionado pela Lusa sobre os fundamentos da redução de negócios realizados no período, o responsável pela BODIVA apontou a diminuição da liquidez nos bancos, intermediários financeiros da Bolsa angolana, como alguns dos fatores que concorrem para o actual cenário.
"Entendemos ser possível que a política monetária possa estar a ter algum impacto naquilo que é a capacidade dos grandes operadores, neste caso os bancos, poderem ter liquidez para fazer mais transacções no mercado, poder comprar e vender títulos aos seus clientes”, referiu.
Segundo Odair Costa, “é claro que a política monetária obrigar os bancos a terem o nível maior de reservas obrigatórias junto do banco central acaba por limitar aquilo que é a sua capacidade de liquidez".
A "necessidade de aquisição de divisas" a nível da banca e, com isso, "retenção da liquidez em kwanzas" também é um dos fatores descritos.
"Naturalmente, numa situação de escassez de liquidez pode haver a tendência de privilegiar aquelas que são as operações cambiais em detrimento das operações sobre títulos", adiantou.
