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Médicos declaram greve de três dias para exigir melhores condições de trabalho

O Sindicato Nacional dos Médicos (SNM) de Angola declarou uma greve de três dias, a partir do dia 19 deste mês, para reivindicar melhorias na condição de trabalho e salarial.

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Em declarações à agência Lusa, o presidente do SNM, Adriano Manuel, disse que a decisão foi tomada em assembleia, durante um fórum de auscultação médica, realizado no Sábado, em Luanda.

Adriano Manuel disse que a paralisação está marcada para os dias 19, 20 e 21 deste mês, decisão tomada face ao silêncio da entidade patronal em relação ao caderno reivindicativo de 15 pontos apresentado em Agosto passado.

"A decisão deveu-se ao facto de o Ministério [da Saúde] não trabalhar connosco no caderno reivindicativo", explicou o sindicalista.

Segundo o presidente do SNM, durante a paralisação, alguns serviços vão estar em funcionamento, nomeadamente o banco de urgência, a unidade de cuidados intensivos, o serviço de hemodiálise, de quimioterapia e radioterapia e os serviços de sangue.

O sindicalista disse que, apesar de a ministra se ter manifestado aberta a um encontro, mantém-se a greve já declarada. "Recebemos hoje uma comunicação da ministra para um encontro na quinta-feira, mas o sindicato está indisponível, porque, a partir do momento que foi decidida a greve, a direcção do sindicato e os elementos do comité da greve decidiram fazer um serviço de mobilização hospitalar nas províncias", referiu Adriano Manuel.

Para os próximos dias, o sindicato tem já agendadas deslocações às províncias de Benguela, Huambo, Huíla e Uíge.

"Temos esta semana toda já preenchida. Sempre estivemos [abertos ao diálogo], só não vamos conversar com ela porque temos a agenda preenchida, bilhetes comprados e não podemos desfazer tido, tanto mais que não temos garantias que nas conversações possamos ter algum sucesso. Precisamos de mobilizar os filiados", disse.

Segundo Adriano Manuel, ainda que houvesse garantias de sucesso no encontro com a entidade patronal, os médicos tomaram a decisão de greve e não podem recuar. O presidente do sindicato acrescentou que a greve foi motivada "pelas péssimas condições de trabalho".

"O elevado índice de mortalidade que há nos nossos hospitais está directamente relacionado às péssimas condições de trabalho. Há equipamentos que são muito importantes num serviço de urgência que não temos. Estamos a falar, por exemplo, de um desfibrilhador, um aparelho muito importante para a revitalização de uma paragem cardiorrespiratória, nebulizadores, de visores para a monitorização da presença cardíaca, respiratória, o pulso, em quase todos os hospitais não temos", queixou-se.

Por todas estas questões, avançou ainda o sindicalista, os médicos apresentaram o caderno reivindicativo que até hoje "não foi aceite". "Temos de agir, não temos outra alternativa", disse.

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