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Alex Vines: Angola tem dois anos para lançar reformas antes das eleições

O director para África do Instituto de Relações Internacionais britânico (Chatham House) considerou que o Presidente da República tem uma janela de oportunidade de dois anos para fazer reformas significativas antes de entrar em período eleitoral.

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"Há uma janela de oportunidade para João Lourenço de dois anos, antes das eleições de 2022, para fazer reformas significativas; consolidou o poder como líder partidário e chefe do Governo, agora as reformas têm de ocorrer", disse Alex Vines em declarações à margem da conferência ‘Angola: Que mudança?’, organizado pela UCCLA e pelo Clube de Lisboa, que decorre em Lisboa.

"Com o aproximar das eleições de 2022, esse vai ser o tema principal, portanto é agora, ele tem dois anos para fazer reformas significativas", vincou o investigador britânico.

Para Alex Vines, que começou a estudar o país em 1982, "a primeira fase de João Lourenço foi de consolidação total do poder, primeiro no Estado, depois no partido, e agora a segunda fase é consolidar mais e levar as reformas para terrenos mais difíceis", acrescentou, elencando a reforma na petrolífera nacional Sonangol, a segurança e a banca como áreas com intervenção necessária.

"As reformas podem não estar cumpridas até 2022, mas agora é a oportunidade de as começar", disse, reforçando que "algumas foram preparadas no papel há um ano, mas agora é tempo de as realizar".

A calendarização apresentada por Alex Vines assenta nos resultados das últimas eleições, que o MPLA venceu com mais de 60 por cento dos votos, mas Vines sublinha que "o MPLA mal conseguiu segurar Luanda, e por isso as políticas de João Lourenço são essencialmente sobre a Angola urbana, religar o MPLA com o voto urbano, já que as áreas rurais têm outra dinâmica".

O que vai permitir ao MPLA ganhar votos nas próximas eleições, já que "as velhas lealdades já não podem ser garantidas, é gerar melhores emprego, melhor educação e melhor saúde, e João Lourenço entende isso", concluiu o investigador.

Sobre a visita do Presidente a Portugal, Vines exemplificou que "se estivesse cá no ano passado nesta altura, estaríamos a falar de um fantoche, e seis meses depois era um exterminador, mas na realidade, João Lourenço está algures a meio caminho", sublinhando que as reformas são muito complicadas de fazer em Angola.

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