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Venda de divisas em leilão passa para sessões diárias

O Banco Nacional de Angola (BNA) anunciou que irá disponibilizar em Novembro 850 milhões de dólares (732,75 milhões de euros) por via de sessões de venda de divisas em leilão no mercado primário, que passam a ser diárias.

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Num comunicado, o banco central não adianta as razões para a mudança no sistema, em vigor desde 9 de Janeiro deste ano e que funcionou até hoje num regime não diário, limitando-se a indicar que a decisão se enquadra nas "intervenções regulares [do BNA] no mercado de câmbios".

Esta Quarta-feira, na 14.ª e última sessão de Outubro, o BNA colocou no mercado primário 40 milhões de euros, divididos por 15 bancos, terminando o mês com a disponibilização de 740 milhões de euros para uma venda de 607,067 milhões de euros, valor superior ao previsto (552,5 milhões de euros).

O leilão levou também a uma ligeira apreciação da moeda nacional face à europeia, o que acontece pela segunda vez em menos de uma semana, fixando-se nos 350,369 kwanzas/euro, contra os 350,963 kwanzas/euro registado na sessão de segunda-feira.

Frente à moeda europeia, o kwanza já depreciou 47,08 por cento desde Janeiro deste ano, quando se transaccionava a 185,4 kwanzas/euro.

Em relação à moeda norte-americana, o kwanza voltou a depreciar-se, transacionando-se agora a 308,233 kwanzas/dólar, contra os 307,187 kwanzas/dólar fixados Segunda-feira, atingindo mínimos históricos. A depreciação desde Janeiro, quando se trocava 165,92 kwanzas/dólar, já atingiu 46,17 por cento.

Em Setembro, o BNA anunciou que, a partir de 1 de Outubro, deixaria de proceder à venda directa de divisas, pelo que as solicitações de compra de moeda estrangeira voltaram a ser unicamente apresentadas aos bancos comerciais autorizados.

Na ocasião, o BNA referiu ter, no âmbito da normalização do funcionamento do mercado cambial, retomado a venda de moeda estrangeira nos leilões de divisas sem indicação específica das operações ou importadores para os quais os fundos devem ser vendidos pelos bancos comerciais.

Segundo o BNA, o sistema ajustado de vendas directas permitiu que o banco central tivesse um entendimento mais preciso da metodologia necessária para a protecção das reservas internacionais e emitisse regulamentação e orientações aos bancos comerciais adaptados a esse objectivo.

Com esse sistema, o BNA assegurou ainda a alocação imparcial das divisas no pagamento dos atrasados e a atenuação das percepções negativas dos clientes sobre os critérios de selecção dos beneficiários aplicados pelos bancos comerciais.

O BNA entende agora que, após o período de maior intervenção, com o mercado cambial actualmente mais bem regulamentado e com maior regularidade na oferta de moeda estrangeira, estavam criadas as condições para que sejam novamente os bancos comerciais a realizarem a alocação de moeda estrangeira aos seus clientes.

No exercício das suas responsabilidades de supervisor e de autoridade cambial, o BNA comprometeu-se a trabalhar junto das instituições financeiras, para que esta transição seja bem-sucedida e ocorra sem quaisquer impactos negativos na actividade económica do país.

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