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Defesa

Governo alarga Operação Transparência a outros domínios

O Governo angolano anunciou que vai alargar às suas fronteiras marítimas e aéreas a denominada "Operação Transparência", que já levou à saída voluntária do país de quase 400 mil imigrantes ilegais.

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A informação foi avançada pelo ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República de Angola, Pedro Sebastião, durante uma sessão de discussão na especialidade do Orçamento Geral do Estado para 2019 na Assembleia Nacional.

Pedro Sebastião indicou que a operação vai continuar "pelo tempo que for necessário" para "defesa da soberania e do território" angolano.

"Vamos voltar a áreas onde já passámos e onde ainda há indícios de garimpo. Por enquanto, só estamos ainda em [ações em] terra, mas vamos alargá-la ['Operação Transparência'] a outros domínios", como às fronteiras marítimas e aéreas, disse o ministro de Estado angolano.

Segundo Pedro Sebastião, a continuidade da operação está garantida pela disponibilidade de homens e de meios, e, sobretudo, pela vontade de o país "resolver isto de uma vez por todas".

"São esses os propósitos do Governo, dos dirigentes do país e, em primeiro lugar, do Presidente da República", frisou.

Pedro Sebastião disse que, se Angola não tivesse tomado essa posição, os angolanos corriam já o risco de se constituírem uma minoria em território nacional, como são os casos das províncias da Lunda Norte e Lunda Sul.

"E se esse nível de imigração ilegal continuasse ao ritmo que estávamos a assistir, correríamos o risco, muito brevemente, de termos o país inundado de estrangeiros, onde nós constituiríamos a minoria", disse.

"Quem, nas Lundas, esteve presente ou assistiu, verificou seguramente que a população naquela região, sobretudo no Lucapa, já constituía uma minoria, quem ditava ordens, regras, posturas, etc, já eram os estrangeiros, nós estávamos já em minoria e a quantidade de diamantes que saíam, quer ao longo da fronteira norte como na fronteira leste, era qualquer coisa como vergonhoso para o país", disse Pedro Sebastião.

O governante angolano voltou a refutar a existência de qualquer ato de violência sobre os visados, maioritariamente cidadãos da vizinha República Democrática do Congo, durante a operação, salientando que a iniciativa tem somente como objetivos fundamentais o combate à imigração ilegal e exploração ilícita de diamantes.

"Foram 400 mil pessoas que saíram e, que eu saiba, não há um único caso que possa manchar o comportamento das nossas tropas, não há. Isto é obra", enfatizou.

O ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República lembrou que o Governo angolano disponibilizou transportes para esses cidadãos se deslocarem até à fronteira, bem como assistência médica.

"Não é verdade aquilo que, por vezes, vamos ouvindo nos órgãos de comunicação social estrangeiros. Compreendemos perfeitamente que há, aqui dentro do nosso território, quem alimente estas notícias. Devemos recordar que estamos a tratar de um assunto que a todos nós diz respeito, independentemente da cor político-partidária, que a gente possa abraçar, porque está em causa a nossa soberania nacional", realçou.

A "Operação Transparência" começou a 25 de Setembro deste ano e foi-se estendendo progressivamente às províncias de Malanje, Lunda Norte, Lunda Sul, Bengo, Luanda, Cuanza Sul, Cuanza Norte, Cuando Cubango, Bié, Moxico, Zaire e Uíge.

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