De acordo com uma nota da embaixada do Japão enviada à agência Lusa, a doação do Governo japonês insere-se no programa de Assistência a Projectos Comunitários de Segurança Humana daquela representação diplomática asiática em Angola.
O projecto, executado pela organização não-governamental britânica Halo Trust, deixou livres de minas 225.869 metros quadrados de terras, abrindo caminho às comunidades locais à prática de agricultura, construção de residências e a livre circulação de pessoas e bens.
O Governo do Japão tem implementados em Angola 64 projectos nos sectores da desminagem, agricultura, saúde e educação, através do programa que, desde 1990, totalizou 10,24 milhões de dólares.
Segundo dados de 2016, Angola tinha um total de 1858 áreas livres de minas e 1435 por limpar, contando apenas com apoio financeiro do Estados Unidos, Japão, Suíça e União Europeia (UE).
As mortes e ferimentos por accionamento de minas continuam a ocorrer no país, tendo-se registado, só este ano, perto de uma dezena de vítimas mortais, na maioria crianças.
Um relatório da International Campaign to Ban Landmines (ICBL), divulgado em Setembro passado, indicou que Angola é um dos 11 países que ainda tem mais de 100 quilómetros quadrados de áreas com minas terrestres.
Os engenhos explosivos foram colocados sobretudo durante a guerra civil de 27 anos, que acabou em 2002, e muitos continuam activos, sendo responsáveis por milhares de mortes e ferimentos, incluindo mutilações.
