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Vice-governador do BNA: convergência entre tecnologia e serviços financeiros é desafio na CPLP

O vice-governador do banco central afirmou que a convergência entre tecnologia e serviços financeiros é "cada vez maior", pelo que, no caso da lusofonia, deve ponderar-se o que deverá ser o negócio bancário do futuro.

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Rui Miguéns de Oliveira, vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), discursava na abertura do VIII Encontro sobre Sistemas de Pagamentos dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa (BCPLP), cujos trabalhos decorrem à porta fechada até quinta-feira, em Luanda.

"Este encontro realiza-se numa altura em que a convergência entre a tecnologia e os serviços financeiros é cada vez maior. O surgimento das ‘fintechs' e a crescente tendência da eliminação de intermediários financeiros, leva-nos a ponderar sobre o que deverá ser o negócio bancário num futuro não muito distante", sublinhou.

Nesse sentido, defendeu Rui Miguéns, os bancos centrais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) têm de partilhar a sua experiência, lembrando que também o surgimento das chamadas cripto moedas e a tecnologia que as suporta, os "block chain", colocam nos bancos centrais "um esforço adicional para a compreensão e antevisão dos desenvolvimentos futuros dos sistemas e meios de pagamentos.

"O aumento das transacções nos mercados financeiros nacionais e internacionais, a sofisticação dos produtos financeiros, globalização dos mercados e a desintermediação financeiros propiciada pelos avanços tecnológicos exigem o desenvolvimento de sistemas de pagamento eficazes, seguros e eficientes, de forma a preservar o funcionamento estável dos sistemas financeiros e dar suporte mais adequado às actividades produtivas comerciais e financeiras", sustentou.

Para o vice-governador do BNA, é necessário também, paralelamente, oferecer uma plataforma que permita a inclusão financeira, "função crítica" em alguns dos países da CPLP, dado os diferentes níveis de desenvolvimento económico e social.

"Para que se cumpram os objectivos do interesse público dos sistemas de pagamento, como a segurança, eficiência e a inclusão, é importante que a gestão esteja em linha com as boas práticas internacionais […] havendo muitos desafios em comum, o que exige da parte dos reguladores e dos supervisores uma atenção mais permanente e concentrada, de forma a assegurar o pleno funcionamento dos mesmos, com base em princípios sólidos, seguros, eficientes e fiáveis", acrescentou.

No caso concreto do sistema de pagamentos de Angola, referiu, o BNA tem vindo a ajustar o quadro regulamentar, com o objectivo de estabelecer modelos adequados de gestão e supervisão, através da publicação da regulamentação sobre os vários temas, que, na essência, também estão em análise no encontro de Luanda.

"Nesta conjuntura de mudanças e de desafios constantes e de exigências cada vez maiores, a reunião de instituições provenientes de diferentes realidades e com experiências diversas, torna a discussão dos temas deste encontro uma mais-valia para todos os participantes.

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