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Receitas da Sonangol mais do que duplicaram até Setembro face a todo o ano de 2016

As receitas da Sonangol subiram este ano para os 28.906 milhões de dólares, só até Setembro, mais do dobro de todo o ano de 2016, segundo dados divulgados pela petrolífera estatal.

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A informação consta de uma apresentação disponibilizada com o balanço de actividades e perspectivas da petrolífera e reflecte essencialmente a forte subida da cotação do barril de crude no mercado internacional ao longo do ano.

Em 2018, o preço do barril de petróleo chegou aos 80 dólares, por contraste com os valores mínimos, de cerca de 30 dólares, em 2016. Nesse ano, segundo a informação, a Sonangol teve receitas de 14.949 milhões de dólares, que subiram para 17.488 milhões de dólares em 2017.

Em Setembro, a dívida total da petrolífera, liderada há um ano por Carlos Saturnino, após a exoneração de Isabel dos Santos do cargo de presidente do Conselho de Administração, era de 2650 milhões de dólares.

Segundo os mesmos dados, Angola produziu em média 1,722 milhões de barris de petróleo por dia em 2016, volume que desceu para 1,632 milhões de barris em 2017 e para uma média de 1,492 milhões de barris em 2018 (até Setembro). Trata-se de uma quebra de mais de 220 mil barris de crude por dia em dois anos, devido ao declínio de alguns campos e a problemas operacionais decorrentes da falta de investimento.

A exportação de petróleo bruto atingiu os 10.963 milhões de dólares até Setembro, contra os 10.735 milhões de dólares de 2017 e os 8509 milhões de dólares em 2016.

“Apesar da duplicação dos preços [da cotação internacional] do petróleo, a receita do petróleo no país permanece inalterada em 2017 e 2018, pouco menos de 11 bi$/ano”, escreveu, no Twitter, a empresária Isabel dos Santos, que entre 2016 e 2017 liderou a Sonangol.

O relatório refere ainda que a petrolífera tinha em dívida, em Agosto, 1663 milhões de dólares em “cash calls” – fundos que as petrolíferas associadas num mesmo bloco têm de garantir para a realização de investimentos nos campos de produção – apesar de ter liquidado, só este ano, um total de 2193 milhões de dólares.

No final de 2017, a Sonangol tinha em dívida às restantes petrolíferas que operam em Angola, em “cash calls”, 1950 milhões de dólares.

As dívidas acumulam-se igualmente nos derivados, sobretudo de importação, como gasolina e gasóleo, apesar de o país ser o segundo maior produtor de petróleo em África. Até Agosto, a Sonangol tinha em dívida a fornecedores 1149 milhões de dólares, apesar de já ter feito pagamentos, durante este ano, de 1.335 milhões de dólares.

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