O custo de cada dólar no mercado paralelo chegou a rondar, após as eleições gerais de 23 de Agosto, os 370 kwanzas, acima do dobro da taxa de câmbio oficial definida pelo Banco Nacional de Angola (BNA), há um ano e meio fixa nos 166 kwanzas.
Face à possibilidade de uma forte desvalorização do kwanza a curto prazo, o valor do dólar no mercado de rua de Luanda disparou na primeira semana de Novembro até aos 430 kwanzas - máximos desde Janeiro - tendência que nos últimos dias voltou a ser invertida no negócio das kinguilas, como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas.
Numa ronda realizada esta Quinta-feira pela Lusa foi possível encontrar em Luanda cada dólar a ser vendido entre 390 e 400 kwanzas, em bairros de referência da capital, casos do Mártires de Kifangondo, Mutamba, Maculusso e São Paulo, num aparente efeito provocado pela falta de moeda nacional em circulação, o que trava a subida na cotação da moeda estrangeira.
Este negócio, apesar de ilegal e condenado pelo BNA, representa para muitos, angolanos e trabalhadores expatriados, a única forma de aceder a divisas, face às limitações nos bancos, funcionando a cotação de rua como referência para alguns negócios.