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João Lourenço manda Sonangol construir refinaria depois de Isabel dos Santos ter suspendido projecto

O Presidente avisou a nova administração da Sonangol que é necessário construir uma refinaria no país, para reduzir as importações de combustíveis, depois da suspensão do projecto para o Lobito pela direcção de Isabel dos Santos.

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A posição foi transmitida por João Lourenço durante a cerimónia de posse do novo secretário de Estado dos Petróleos, Paulino Jerónimo, e da administração da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), que passa a ser liderada por Carlos Saturnino, após a exoneração de Isabel dos Santos, na Quarta-feira.

Embora sem se referir directamente à construção de uma refinaria no Lobito, projecto estatal que a Sonangol suspendeu depois da entrada de Isabel dos Santos para a petrolífera, em Junho de 2016, o chefe de Estado afirmou que "tão logo quanto o possível" o país deve "poder contar com uma ou mais refinarias".

"Não faz sentido que um país produtor de petróleo, com os níveis de produção que tem hoje e que teve no passado, continue a viver quase que exclusivamente da importação dos produtos refinados", apontou.

Angola é actualmente o segundo maior produtor de petróleo em África e garante mais de 1,6 milhões de barris de crude por dia e para João Lourenço as possibilidades de construção de refinarias pelo Estado ou em parceria com privados "devem ficar em aberto".

"O que pretendemos é que o país tenha refinaria, ou refinarias, para que a actual fase que vivemos, de importação de derivados do petróleo, seja atirada para o passado. Eu sei que é possível e que podemos no próximo ano, em 2018, se trabalharem bem e rápido, dar pelo menos início à construção de uma refinaria para Angola", exortou.

Actualmente, a Sonangol mantém em operação a refinaria de Luanda, com 62 anos de actividade e uma capacidade nominal instalada de 65.000 barris por dia.

A taxa média de utilização dessa capacidade instalada foi de 83 por cento em 2016, ainda assim um incremento de 1,5 por cento face ao ano anterior, segundo informação anterior da concessionária estatal.

Angola importa mensalmente cerca de 150 milhões de dólares em combustíveis refinados, fornecimento que está a ser dificultado pela falta de divisas, atrasando pagamentos por parte da Sonangol, que reconheceu igualmente produzir apenas 20 por cento do consumo total de produtos refinados.

A Lusa noticiou em Julho que a construção da refinaria do Lobito, na província de Benguela, vai continuar parada em 2017, e que não era prioritária para a Sonangol, devido à quebra do preço do petróleo no mercado internacional.

O anúncio era da própria administração da Sonangol, no seu relatório e contas de 2016, divulgado na altura, e surgia depois da suspensão do projecto, em Junho do ano passado.

"Para o ano em curso, não foi orçamentado no programa de investimentos o projecto de construção da refinaria de Lobito, tendo sido suspenso para a reavaliação da visão estratégica e da viabilidade económica. No entanto, tem-se envidado esforços no sentido de promover o projecto no mercado internacional, visando a captação de fundos ou parceiros", apontava a Sonangol, no mesmo documento.

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