A informação foi transmitida em conferência de impressa pelo director da Unidade Técnica para o Investimento Privado (UTIP), Norberto Garcia, estando este órgão, criado há um ano, a funcionar sob a alçada directa da Casa Civil do Presidente da República.
A UTIP é responsável por conduzir projectos de investimento acima de 10 milhões de dólares, propondo aos investidores privados, nacionais e estrangeiros, benefícios fiscais, ao abrigo de contratos com o Estado, que passam nomeadamente pela redução ou isenção do pagamento de vários impostos.
De acordo com Norberto Garcia, estes contratos abrangem investimentos em sectores como a Indústria, Agricultura, Energia e Águas, Transportes ou Turismo, entre outros, prevendo criar ainda pelo menos três mil postos de trabalho indirectos e um prazo de implementação de 34 a 36 meses.
"A família do investimento privado está comprometida e está envolvida neste processo de melhoramento do ambiente de negócio no país e queremos, cada vez mais, levar os investidores ao colo. Mas as nossas instituições têm de estar cada vez mais preparadas para atender a esta demanda", admitiu Norberto Garcia, sobre o facto de o país continuar na cauda da lista de organizações internacionais, como um dos piores países para se fazer negócios.
Para o director da UTIP, o país precisa agora de, paralelamente ao investimento público nas acessibilidades para escoamento da produção, ou no alargamento e reforço da rede eléctrica, para dar resposta às necessidades de consumo das fábricas, prestar "mais informação" internacional sobre a realidade e perspectivas de futuro em Angola.
"Precisamos de melhorar a concessão de vistos, é verdade. Precisamos de fazer com que, junto dos nossos consulados e serviços de migração haja cada vez mais celeridade nestes processos, mas também é verdade que as coisas também já melhoraram consideravelmente", apontou, questionado pelos jornalistas.
Segundo Norberto Garcia, a actual legislação sobre o investimento privado em Angola tem-se mostrado como um trunfo na captação de investidores internacionais e salvaguarda, garante, o repatriamento de lucros e dividendos, após o período de instalação maturação do projecto.
"Temos cada vez mais intenções de investimento, ou seja as pessoas acreditam e querem fazer investimentos em Angola", apontou o responsável.
A obrigatoriedade de investidores estrangeiros, em alguns sectores, estabelecerem parcerias com sócios angolanos não se tem revelado um "constrangimento", afirmou ainda Norberto Garcia, questionado neste encontro pela Lusa.
"Entende o Estado angolano que faz algum sentido que angolanos possam fazer parte dos grandes negócios. Entendemos que a soberania angolana também se sente com alguma independência económica, não pode ser só política, e nós queremos criar ricos nacionais com projectos", afirmou o director da UTIP.