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Délio Jasse expõe na galeria Tiwani Contemporary em Londres

O artista angolano Délio Jasse vai expor o seu trabalho "O Capítulo Perdido: Nampula, 1963" na galeria Tiwani Contemporary, em Londres, a partir de hoje e até 13 de Dezembro.

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O ponto de partida da exposição foi uma caixa com centenas de fotografias antigas que Jasse comprou na Feira da Ladra, em Lisboa, muitas das quais de uma família portuguesa que viveu em Nambula, em Moçambique, nos anos 1960.

Esta descoberta fez o artista, que vive e trabalha na capital portuguesa, a procurar mais informação sobre a família e observando outras pistas como os carimbos dos fotógrafos.

O resultado é uma apropriação das fotografias, as quais reproduziu usando emulsões sensíveis à luz e posteriormente sobrepondo em serigrafia carimbos ou anotações retiradas dos documentos oficiais que encontrou.

"Cada toque", refere a galeria, "revela o fascínio do artista pelas técnicas fotográficas analógicas e a relação entre a pintura e a fotografia, que invoca o lento desvanecimento de uma memória".

As imagens, frisa também, reflectem a vida durante a colonização, onde os nativos moçambicanos estão quase ausentes das fotografias, com excepção de transeuntes acidentais ou empregados.

"À medida que Jasse reconstrói o arquivo da família, narrativas políticas e históricas mais vastas ofuscam a [narrativa] pessoal", sublinha.

Délio Jasse, finalista do BES Photo Prize em 2014, expôs recentemente na selecção oficial da 12.ª Bienal de Dacar, no Pavilhão de Angola da 56.ª Bienal de Veneza e da Exposição de Milão (2015) na Fundação Calouste Gulbenkian.

No seu trabalho, Délio Jasse gosta de fazer experiências com processos de impressão fotográfica analógica, incluindo cianotipia, platina e outros métodos antigos, bem como o desenvolvimento de técnicas próprias de impressão.

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