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KPMG prevê que normas internacionais forcem bancos a aumentos de capital

A consultora KPMG antevê como inevitável a necessidade de bancos angolanos fazerem aumentos de capital em 2017, face à adaptação das contas ao novo regime de normas internacionais de contabilidade (IFRS) a partir deste ano.

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A perspectiva foi assumida pelo responsável da KPMG em Angola, Vítor Ribeirinho, durante a apresentação, em Luanda, da análise anual ao sector bancário, cujos dados de 2015 envolveram 27 bancos a operarem no país.

"A introdução das normas internacionais de contabilidade terá impactos relevantes em algumas instituições ao nível dos capitais próprios. Impactos relevantes implicam que as necessidades de capital e de solvência sejam maiores, o que vai necessariamente exercer maior pressão sobre os accionistas, no sentido de aumentar o capital em alguns bancos", explicou, questionado pela Lusa.

Num período de crise económica e financeira em Angola, o responsável da KPMG admite "expectativa" com os resultados decorrentes da adaptação dos bancos ao IFRS, deixando para trás o modelo CONTIF, do Banco Nacional de Angola. "Essa pressão sobre os accionistas definitivamente é verdade e parece-me óbvio que vai acontecer", enfatizou.

"Não diria [aumentos de capital] em todos os bancos, até porque alguns, que têm alguma ligação internacional, já tinham alguns alinhamentos com as práticas internacionais. Diria que aqueles mais pequenos, esses talvez possam sentir maiores dificuldades", disse ainda Vítor Ribeirinho.

Redimensionar a rede, incluindo o fecho de alguns balcões, conforme as "expectativas do mercado" são medidas que a KPMG prevê para o sector bancário em 2017, entre outras.

"Um dos principais desafios do sector continua a ser o continuado aumento dos níveis de crédito malparado. O volume de crédito vencido aumentou aproximadamente 8,8 por cento. No entanto, o rácio de crédito vencido sobre crédito total manteve um valor semelhante ao verificado em 2014, cerca de 11 por cento", descreve o estudo da KPMG.

De igual forma, a consultora prevê a necessidade de os bancos aumentarem níveis de solvabilidade, para elevar a robustez do sector, suportando o cumprimento do limite mínimo exigido pelo banco central, de 10 por cento.

"A entrada em vigor do novo normativo relativo ao apuramento dos rácios prudenciais vai implicar alterações no método de cálculo que podem resultar em alterações na análise destes valores", concluiu o estudo, indicando que em 2015 o rácio de solvabilidade para o agregado do sector bancário cresceu para 30,3 por cento.

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