A revista Live Science afirma que a descoberta da "Tartaruga de Cabinda", de cabeça em forma de triângulo, prova que um grupo de indivíduos desta espécie sobreviveu à extinção em massa, provocada pelo asteróide que há 65,5 milhões de anos atingiu o planeta.
"Esta criatura, espécie agora identificada, viveu há 64 milhões de anos, no Paleoceno. É um animal aparentado com as tartarugas que viveram antes do embate do asteróide que dizimou mais de 75 por cento de toda a vida na Terra", adianta o artigo.
Os paleontólogos, ainda segundo a Live Science, encontraram o registo fóssil nos recifes, ao largo da costa de Cabinda, em Junho de 2012, por uma equipa de investigadores norte-americanos.
"Se estas tartarugas marinhas constituíam, de facto, um pequeno grupo em termos evolutivos, então este espécimen africano providencia provas de que membros deste grupo sobreviveram à extinção em massa no final do Cretáceo", espaço temporal compreendido entre os 145 milhões e os 66 milhões de anos atrás, que culmina praticamente com o embate do asteróide que quase dizimou a vida na Terra, disse o líder da equipa de investigadores que estudaram este animal, Timothy Myers, citado pela publicação científica.
De acordo com o Novo Jornal, a denominada "Tartaruga de Cabinda", nome que precisa ainda de ser oficializado mas que não deve sofrer alterações, tinha como tamanho da carapaça cerca de um metro, e uma das suas características mais interessantes é que a disposição da boca permitiria alimentar-se de animais de casca dura, como alguns crustáceos, através da fácil destruição das cascas.
A "Tartaruga de Cabinda", ainda segundo os estudos em curso, é uma avó ancestral das actuais tartarugas verdes e tartarugas de pente marinhas.
No local onde foi feita a descoberta, e que na época seria um lugar com fundos de areia, não muito distante da costa, os cientistas encontraram ainda fósseis de tubarões, crocodilos, cobras e peixes.