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Petróleo rendeu menos cinco mil milhões nos primeiros seis meses do ano

A exportação de petróleo por Angola rendeu menos 5,6 mil milhões de dólares no primeiro semestre deste ano, face ao mesmo período de 2015, nas contas do Governo.

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De acordo com dados de um documento do Ministério das Finanças de suporte à proposta de Orçamento Geral do Estado para 2017, compilados pela Lusa, as exportações de petróleo no primeiro semestre deste ano foram de 11,5 mil milhões de dólares. Trata-se de "uma redução significativa", equivalente a cerca de 33,5 por cento, de 2015 para 2016, lê-se.

Esta quebra é explicada com a continuada forte descida da cotação de petróleo no mercado internacional, que contrasta com os 17,3 mil milhões de dólares de exportação de crude nacional ao longo dos primeiros seis meses de 2015.

"Como resultado da redução das receitas em moeda externa derivada da exportação de petróleo, o que resultou na desvalorização da moeda nacional, as importações reduziram-se substancialmente", reconhece o documento governamental para 2017.

Angola foi, durante o primeiro semestre de 2016, o maior produtor de petróleo em África, ultrapassando a Nigéria, com perto de 1,8 milhões de barris por dia. Contudo, a crise financeira provocada pela quebra da cotação do crude levou o Governo a apresentar uma revisão ao Orçamento para este ano, baixando a previsão do crescimento da economia para 1,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.

"A economia angolana cresceu a uma taxa média anual considerável até 2014. Em 2015, essa evolução foi fortemente limitada pela queda brusca do preço do petróleo no mercado internacional, que em 2016 se situou abaixo dos 30 dólares por barril e provocou uma significativa redução das receitas fiscais do Estado", reconheceu a 17 de Outubro o Presidente.

No anual discurso do estado da Nação, na Assembleia Nacional, José Eduardo dos Santos reconheceu então que o "choque sistémico da queda do preço", que se faz sentir desde finais de 2014, "foi muito forte nas receitas públicas" do país.

"Sublinhe-se que, só em 2015, a redução do preço do petróleo terá provocado uma quebra de quase seis mil milhões de dólares na receita fiscal. Presentemente, a continuidade do esforço de investimento público só é possível com recurso ao endividamento, interno e externo. Essa é uma solução que tem os seus limites e obriga a diferentes soluções de financiamento, interno e externo", concluiu o chefe de Estado.

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