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Cada dólar investido em transferências pós-desastre natural resulta em quatro euros para bem-estar da população

Cada dólar investido em transferências pós-desastre natural em países como Angola ou Brasil resulta em benefícios de quatro euros no bem-estar das populações, conclui um estudo hoje divulgado pelo grupo Banco Mundial.

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Intitulado "Inquebrável: Construir a Resiliência dos Pobres Perante Desastres Naturais", o relatório do Banco Mundial e da Instituição Global para a Redução de Desastres e Recuperação (GFDRR) avisa que o impacto humano e económico dos fenómenos climáticos extremos é muito mais devastador do que se pensava.

"Os choques climáticos severos ameaçam fazer reverter décadas de progressos contra a pobreza", disse o presidente do Grupo Banco Mundial, Jim Yong Kim, citado num comunicado da instituição.

"As tempestades, as inundações e as secas têm graves consequências humanas e económicas, com os pobres a pagarem muitas vezes o preço mais elevado. Construir resiliência aos desastres não só faz sentido em termos económicos, como é um imperativo moral", acrescentou.

No relatório, divulgado durante a conferência do clima da ONU, a decorrer em Marraquexe até dia 18, os autores apontam algumas medidas que permitem aumentar a resiliência dos países, nomeadamente a diversificação dos rendimentos, a inclusão financeira das famílias, os seguros de mercado e a protecção social adaptativa.

Dentro desta última estratégia, os investigadores escrevem que, para as famílias mais pobres poderem responder aos choques, são necessárias redes de segurança sociais facilmente escaláveis.

"Embora as redes de segurança social aumentem sempre a resiliência, um crescente número de evidências demonstra que esses instrumentos são ainda mais eficientes quando são suficientemente flexíveis para permitirem uma rápida transferência de recursos para as vítimas dos desastres", pode ler-se no relatório.

Em todos os 117 países estudados, as transferências pós-desastre têm um rácio custo-benefício superior a 1,3, mas em 11 países esse rácio demonstra que cada dólar gasto nas transferências pós-desastre traduz-se em benefícios superiores a quatro dólares no bem-estar.

Esses países são Angola, Bolívia, Botsuana, Brasil, República Centro-Africana, Colômbia, Honduras, Lesoto, Panamá, África do Sul e Zâmbia.

No caso de Angola, os autores explicam que o país tem uma resiliência socioeconómica muito baixa, de apenas 31 por cento, devido às grandes desigualdades (os 20 por cento da população com salários mais baixo representam apenas 5 por cento do rendimento total), a um sistema social muito fraco e aos constrangimentos de liquidez.

Nesse contexto, a construção da resiliência socioeconómica pode resultar em enormes benefícios, escrevem os autores do relatório.

Construir um conjunto de instrumentos que permita fornecer apoio pós-desastre tem um potencial significativo, podendo mesmo chegar a fornecer ganhos no bem-estar no valor de 180 milhões de dólares ao ano.

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