"Angola deve focar na diversificação económica, investimento em infra-estruturas e políticas públicas eficazes para equilibrar o desenvolvimento económico e humano", apontou o responsável, em declarações na IV Conferência sobre Ambiente e Desenvolvimento, que decorreu na passada Sexta-feira, na capital, subordinada ao mote 'Indústria, Crescimento Económico e os Desafios da Transição Energética'.
Citado num comunicado remetido ao VerAngola, o responsável considerou que "a diversificação para sectores como agricultura, turismo e tecnologia pode criar empregos, reduzir a pobreza e promover um desenvolvimento mais inclusivo", realçando-se como outros "potenciais impactos da diversificação económica" do país "a redução da dependência de commodities, a dinamização de sectores, a estabilidade económica e o desenvolvimento de skills".
Já os investimentos em infra-estruturas de saúde, educação e turismo, segundo o responsável, são "exemplos que geram excelentes impactos sociais e que se reflectem em crescimento económico".
"Destacam-se como potenciais impactos do investimento em infra-estruturas as melhorias na educação e saúde, o acesso a mercados, o desenvolvimento sustentável, o acesso a serviços básicos e a melhoria da competitividade", apontou.
"No que concerne a políticas públicas eficazes, as mesmas dependem de uma administração responsável e do envolvimento activo da população. Se conseguirmos implementar estas políticas, mais facilmente alcançaremos uma estabilidade macroeconómica, inclusão e equidade, desenvolvimento da educação e formação, regulação económica, protecção pública e melhorias no sector da saúde", defendeu ainda o responsável.
Na sua intervenção, que tinha como tema 'Crescimento Económico vs Desenvolvimento Humano', o director disse que "Angola é um país de contrastes, onde a riqueza dos recursos naturais coexiste com desafios significativos no desenvolvimento humano".
"Ao mesmo tempo que o país ocupa a 6.ª posição no ranking mundial de produção anual de diamantes, a 16.ª posição no ranking mundial de produção anual de petróleo e o 44.º lugar no ranking mundial de produção anual de gás natural, verifica-se também que a escassez de insumos tem afectado a produção de frango, o custo de vida agravou 24 por cento em 2024 e a actual contribuição do turismo no PIB nacional está abaixo de 1 por cento, entre outros desafios", refere o comunicado.
Assim, o responsável da EY Angola considera tratar-se de um desafio duplo, sendo fundamental dar continuidade à promoção do crescimento económico, "sem descurar o desenvolvimento humano".
"O desafio é duplo. É crucial continuar a promover o crescimento económico, sem descurar o desenvolvimento humano", apontou, tendo também realçado que "as previsões de crescimento económico são bastante favoráveis para África, o que oferece oportunidades relevantes para Angola".
"No continente africano prevê-se um crescimento acelerado até 2030, impulsionado por processos de industrialização e pela crescente atracção de investimentos estrangeiros. Estes factores, aliados a um desenvolvimento demográfico favorável com populações jovens e em crescimento, potenciam o fenómeno de convergência com as economias mais maduras", disse.
Segundo o comunicado, a conferência "reuniu o sector empresarial, desde a indústria à banca e seguros, além do Estado, para analisar a situação actual e apontar caminhos para os desafios socioeconómicos que Angola enfrenta, em particular no âmbito da transição energética, da indústria e do sector social".