Na sua mensagem, João Lourenço afirma estar seguro que a vitória de Daniel Chapo "traduz a vontade e a esperança do povo moçambicano".
O Presidente da República aborda igualmente na mensagem os "actos que pretenderam manchar o exemplar processo que resultou na eleição" de Daniel Chapo e manifesta a sua "expectativa de que as autoridades moçambicanas se empenharão firmemente na punição exemplar dos seus responsáveis".
Por último, o Presidente João Lourenço sublinha querer trabalhar em conjunto com Daniel Chapo "para fortalecer cada vez mais os laços históricos de amizade e de cooperação que unem Angola e Moçambique, em benefício do progresso e do desenvolvimento das duas nações".
O anúncio na Quinta-feira da vitória do candidato da Frelimo, pela Comissão Nacional de Eleições moçambicana, reforçou os protestos populares espoletados dias antes pelo candidato Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), e que contestam a alegada fraude eleitoral que resultou na vitória de Daniel Chapo.
A CNE moçambicana anunciou na Quinta-feira a vitória de Daniel Chapo (Frelimo) na eleição a Presidente da República de 9 de Outubro, com 70,67 poe cento dos votos, resultados que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional.
Venâncio Mondlane, apoiado pelo Podemos, ficou em segundo lugar, com 20,32 por cento, totalizando 1.412.517 votos.
Na terceira posição da eleição presidencial, segundo o anúncio da CNE, ficou Ossufo Momade, presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), até agora maior partido da oposição, com 5,81 por cento, seguido de Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático do Moçambique (MDM), com 3,21 por cento.
A Frelimo venceu ainda as eleições legislativas, reforçando a maioria parlamentar, passando de 184 para 195 deputados, e elegeu todos os governadores provinciais.
O anúncio dos resultados feito na Quinta-feira pela CNE aconteceu no primeiro de dois dias de greve geral e manifestações em todo o país convocadas por Mondlane contra o processo eleitoral deste ano, que está a ser marcado por confrontos entre manifestantes e a polícia nas principais avenidas da capital moçambicana.
Mais de 300 pessoas foram detidas, segundo a polícia, e nas ruas e bairros de Maputo, a capital, era visível na manhã de Sexta-feira o rasto dos confrontos com os manifestantes que saíram às ruas queimando pneus e cortando avenidas, com forte resposta policial, com blindados, equipas cinotécnicas, lançamento de gás lacrimogéneo e tiros para o ar.