Ao discursar esta Quinta-feira, na abertura na abertura da Conferência dedicada às Mulheres do sector de Mineração, Petróleo e Gás em Angola – "Women in Mining, Oil & Gas", Esperança da Costa incentivou as empresas petrolíferas, de gás e minerais, que operam no país, a analisarem "com rigor todas as barreiras ao emprego das mulheres e a adoptar estratégias para alcançar a equidade".
A vice-PR, citada num comunicado do Governo a que o VerAngola teve acesso, disse que estimativas da agência reguladora no país e de outros actores indicam que as mulheres representam somente aproximadamente 14 por cento da força de trabalho do sector petrolífero e quatro por cento desempenham cargos de liderança.
Visando a melhoria desses indicadores, Esperança da Costa "encorajou as empresas e demais operadores dos sectores mineiro, petrolífero e do gás a envidarem mais esforços para uma maior participação das mulheres".
Segundo a governante, o governo dá "especial atenção à equidade de género": "O Executivo confere especial atenção à equidade de género, considerando-a não apenas uma questão de princípio, mas um direito humano fundamental", disse.
A vice-PR alertou ainda que "o apelo não deve ser encarado apenas como uma acção para cumprir indicadores, mas pelo facto de as mulheres terem provado ser capazes de transformar as organizações, com perseverança, espírito de solidariedade e elevada responsabilidade".
Na ocasião, recordou que Angola "já testemunhou a indicação de uma ministra dos Petróleos com um desempenho notável".
Esperança da Costa avançou igualmente que faz parte da agenda de governação um conjunto de políticas que têm em vista promover a "diversidade e equidade, tendo Angola registado mais de 40 por cento de mulheres na vida política e de liderança".
No quadro da diversificação da estrutura económica nacional, a governante referiu que o Governo deu início a "um conjunto de reformas profundas no sector, consubstanciadas numa agenda dinâmica, incluindo no seu quadro regulador, visando promover e facilitar o investimento na produção de petróleo, gás e biocombustíveis".
"Não foram só (as reformas) de operadores locais e produtores regionais, como também de operadores internacionais independentes, tornando o sector mais robusto, gerador de mais emprego para os jovens e mais competitivo", disse ainda a vice-Presidente da República, citada no comunicado.
A governante considerou igualmente que "as barreiras institucionais e específicas do género continuam a impedir o empoderamento das mulheres e a sua plena participação na sociedade e na indústria", tendo lamentado o "facto do número de mulheres que se licenciam em Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM)" ter reduzido nos últimos anos, "numa altura que os empregos nestas áreas são importantes factor de inovação e crescimento".
Assim, tendo em vista estimular a adesão ao curso, o Governo procedeu ao aumento do número de bolsas com uma percentagem alta para as mulheres.
"Faço, assim, um repto a todas empresas nacionais e internacionais para proporcionarem programas que induzam o aumento significativo de mulheres formadas nas áreas do STEM para uma maior contribuição ao desenvolvimento do sector", apelou Esperança da Costa.
Já Jânio Victor, secretário de Estado para os Recursos Minerais, "reconheceu que nos últimos anos as mulheres têm assumido cargos de liderança, resultante da sua competência, resiliência e visão do futuro", lê-se no comunicado.
Na ocasião, o responsável também salientou que no decorrer dos anos, as mulheres têm demonstrado que "são importantes para impulsionar o desenvolvimento sustentável no sector da mineração, petróleo e gás, crucial para a economia nacional".
A conferência reuniu líderes da indústria, especialistas, entidades governamentais, profissionais, estudantes e mais de 10 associações de mulheres na indústria de mineração, petróleo e gás de mais de 15 países, para abordar a igualdade de género, bem como promover a voz das mulheres, o acesso a oportunidades e liderança, aponta o comunicado.