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Investimento em África subiu 40 por cento para 14,2 mil milhões no último ano

O vice-presidente da Sociedade Financeira Internacional (IFC), do Grupo Banco Mundial, disse à Lusa que os investimentos em África aumentaram 40 por cento num ano, para 14,2 mil milhões de dólares no ano fiscal que terminou em Junho.

: Carlos Aguiar (Via: Economia & Mercado)
Carlos Aguiar (Via: Economia & Mercado)  

"No final do ano fiscal, que terminou em Junho, tivemos um ano recorde em todos os aspectos, com muitos projectos e muita inovação, no valor de 14,2 mil milhões de dólares, o que compara com os 10 mil milhões de dólares do ano que terminou em Junho de 2023, sendo que há cinco ou seis anos fazíamos três ou quatro milhões de dólares por ano, portanto é um salto quantitativo alto", considerou Sérgio Pimenta.

Em entrevista à Lusa em Lisboa, onde toda a direcção da IFC para África esteve reunida na semana passada, Sérgio Pimenta vincou que mais importante do que o valor investido por esta entidade do Grupo Banco Mundial vocacionada para apoiar investimentos do sector privado, é a verba que consegue mobilizar.

"Estamos cada vez mais a mobilizar capital privado para financiar as empresas e o desenvolvimento de África, e por cada dólar que colocamos, mobilizamos 1,4 dólares de financiamento dos parceiros que, sem nós e o nosso apoio e ajuda, não viriam para o continente", explica o responsável que há sete anos que ocupa a vice-presidência da IFC para África.

No ano terminado em Junho, a IFC mobilizou 196 milhões de dólares em investimentos nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

Deste valor, cerca de metade foi canalizado para Cabo Verde, onde esta entidade do Banco Mundial investiu 98 milhões de dólares, separados entre Transporte e Armazenamento (71 milhões de dólares) e Acomodação e Serviços de Turismo (27 milhões de dólares).

Seguiu-se depois Moçambique, num total de 86 milhões de dólares, divididos entre o sector financeiro e segurador (61 milhões de dólares) e veículos de transporte colectivo (25 milhões de dólares).

Angola, com 8 milhões de dólares para um investimento em transportes colectivos, e São Tomé e Príncipe, com três milhões de dólares canalizados para um projecto de energia eléctrica, completam o leque dos PALOP que receberam financiamento, ficando de fora, este ano, a Guiné-Bissau e a Guiné Equatorial.

Questionado sobre as áreas onde a IFC mais está a apostar em África, simultaneamente seguindo e fomentando a apetência do sector privado, Sérgio Pimenta destacou as infra-estruturas de energia, os transportes e as telecomunicações.

"Todos os anos a percentagem de financiamento às telecomunicações é maior", realçou, seja em instalação de fibra óptica, torres de comunicação ou até empresas de telecomunicações que tiram partido da facilidade de aceder a financiamento através do telemóvel.

A aposta nas mulheres, que "foram desproporcionadamente afectadas durante a pandemia", é outra das prioridades da IFC, até porque "do ponto de vista bancário, o risco de não pagamento é muito menor nas mulheres".

Mas também do ponto de vista estratégico, "a questão do género é muito importante, e o desenvolvimento socioeconómico da mulher africana é muito importante, principalmente porque o défice de financiamento é muito maior nas mulheres do que nos homens", afirmou.

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