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Ministério da Saúde reconhece que dracunculose provém da escassez de água

A falta de acesso à água potável na província do Cunene constitui o principal fator do registo de casos de dracunculose (Verme da Guiné) na região, disse fonte oficial.

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"O grande problema da dracunculose é a falta de acesso à água potável na região do Namacunde e no Cunene em geral", afirmou esta Quinta-feira a coordenadora do Programa de Doenças Tropicais Negligenciadas, do Ministério da Saúde, Cecília de Almeida.

Segundo a responsável, que falava na sede do Governo da Província do Cunene durante um encontro de trabalho com o vice-governador da província, populares em Namacunde continuam a consumir água de chimpacas (pequenos reservatórios de água).

"Então, o consumo de água das chimpacas que têm o verme ou parasita faz com que as pessoas sejam contaminadas pelo Verme da Guiné, porque é necessário beber mesmo dessa água e é essa água que a população de Namacunde e Cunene em geral tem consumido", disse.

Dirigindo-se ao vice-governador do Cunene para o sector das Infraestruturas e Serviços Técnicos, António Gilberto Matias, que representou a governadora da província, a médica Cecília de Almeida alertou que apenas o consumo de água potável pode travar a propagação do Vírus da Guiné (dracunculose) naquela região.

Sem água potável, sustentou, "não vamos poder erradicar e nem sequer certificar o país como livre da doença. Por este motivo temos aqui uma equipa local da OMS [Organização Mundial de Saúde] a apoiar as acções".

Angola é um dos seis países africanos que regista o surto da doença da Verme da Guiné, com registo de 32 casos confirmados desde 2018, anunciou a OMS. Chade, Etiópia, Sudão do Sul, República Centro Africana e Camarões são os outros países africanos que também registam a doença.

A coordenadora do Programa de Doenças Tropicais Negligenciadas do Ministério da Saúde acompanha a delegação da OMS, chefiada pelo representante em Angola, que trabalha com os seus parceiros no Cunene visando erradicar o Verme da Guiné, cujo epicentro é o município do Namacunde.

Para uma acção consistente e contínua da OMS na região, Cecília de Almeida frisou, ainda, a necessidade de os técnicos da OMS, destacados na província, disporem de gabinetes próprios para desenvolverem os seus trabalhos.

A província do Cunene tem sido assolada por seca severa e consequente falta de água, situação que afecta milhares de cidadãos e animais, desenvolvendo o Governo várias acções, como a construção do Canal do Cafu, para levar água às populações mais recônditas da província.

O Cunene conta com seis municípios, nomeadamente, Namacunde, Cuvelai, Ombandja, Curoca, Cuanhama e Cahama.

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