A informação foi avançada esta Quinta-feira, na província do Cunene, pelo represente da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Angola, Humphrey Karamagi, dando conta que o Chade, Etiópia, Sudão do Sul, República Centro Africana e Camarões também registam a doença.
Falando durante um encontro de trabalho com o vice-governador do Cunene para as Infraestruturas e Serviços Técnicos, o responsável da OMS sinalizou que o foco da dracunculose em Angola é a província do Cunene, no sul do país, garantindo acções para erradicar a doença.
"Para a dracunculose o foco em Angola é mesmo aqui no Cunene e vamos trabalhar em conjunto até erradicar esta doença para que Angola fique livre dessa doença", disse o representante da OMS.
Segundo a OMS, a província do Cunene, bastante assolada pela seca e escassez de água, tornou-se o núcleo central do Verme da Guiné, estabelecido como endémico desde Julho de 2020, com casos registados de infecções humanas nos anos de 2018, 2019 e 2020.
Além disso, observa a Organização Mundial de Saúde, Angola regista a infecção pelo Verme da Guiné em cães desde 2019.
Mavitidi Sebastião, Oficial Nacional do Programa do Verme da Guiné da OMS em Angola, deu conta que, desde 2018 até à presente data, o país registou a ocorrência de 32 casos (maioritariamente em animais) e 53 casos suspeitos que aguardam confirmação laboratorial.
A OMS refere que está a apoiar o Governo com vigilância de base comunitária, contenção de casos, controlo de vetores, através do tratamento de água com larvicida, amarração proactiva de animais domésticos e outros.
De acordo com a OMS, apesar destas medidas, registou-se um "aumento imprevisto" de casos do Verme da Guiné na província do Cunene desde o início de 2023.
Para responder à situação, uma delegação da OMS, chefiada por Humphrey Karamagi, está no Cunene para trabalhar com as autoridades locais e parceiros na redefinição de ações visando examinar, avaliar e conceber uma estratégia de combate à doença.
A delegação desenvolve várias actividades e encontros no município do Cuanhama e na Sexta-feira desloca-se ao município do Namacunde para o contacto com as comunidades afectadas pela doença.
A dracunculose é uma doença parasitária causada pelo 'dracúnculo medinensis', um verme longo de cor branca como um fio que chega a medir um a dois metros de comprimento.
A doença é transmitida pela ingestão de água (lagos, charcos, poços abertos) contaminada pela água infectada com a larva do parasita.