A intenção consta de um despacho assinado pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, deste mês e ao qual a Lusa teve acesso, no qual é criado o Comité Técnico Nacional de Certificação da Erradicação da Dracunculose em Angola, coordenado pela vice-decana da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, Ema Fernandes.
A dracunculose já chegou a estar presente em 20 países africanos e actualmente é endémica ainda na Etiópia, Chade e Sudão do Sul.
Estes três países notificaram, em 2016, um total de 25 casos da doença.
No caso de Angola, conforme refere o mesmo despacho do Ministério da Saúde, não há casos recentes notificados, mas o país ainda não solicitou à OMS a certificação de país livre da dracunculose.
Trata-se de uma infecção provocada pela ingestão de vermes presentes em rios, que após ingeridos pela água perfuram o sistema digestivo e levando as larvas entretanto libertadas a desenvolverem-se no tecido subcutâneo, onde atingem até um metro de comprimento e dois milímetros de espessura.
Iniciam depois a migração para fora do corpo do hospedeiro, normalmente pelas pernas ou pelos pés, provocando febres, úlceras e outros problemas.
O comité técnico agora constituído, com elementos de vários sectores e que será apoiado por um secretariado, terá a missão de apresentar à OMS o relatório final de certificação da erradicação da doença.