O acto solene de incineração dos boletins de votos, cadernos eleitorais e actas sínteses, utilizados nas mesas de voto das últimas eleições decorreu na fábrica Nova Cimangola, em Luanda, e foi presidido pelo presidente da CNE, Manuel Pereira da Silva.
Nas instalações daquela unidade fabril de cimento, localizada no município de Cacuaco, norte da capital, Manuel Pereira da Silva, ladeado dos comissários nacionais da CNE, procedeu a abertura de um contentor, retirou algum material e depositou num dos fornos de alta temperatura para a sua incineração.
Este processo foi igualmente realizado pelos comissários nacionais da CNE, presidentes das comissões municipais eleitoral de Luanda e demais membros, acto assistido por representantes dos cinco partidos políticos com assento no parlamento.
"Damos assim cumprimento ao disposto na Lei Eleitoral que determina o destino a ser dado ao material eleitoral sob a guarda dos presidentes das comissões provinciais eleitoral, pois a lei ordena a sua destruição no prazo de um ano após a publicação definitiva dos resultados", disse Manuel Pereira da Silva.
O responsável deu conta também que a data para a incineração do material eleitoral foi deliberada pelo plenário do órgão e que acção do género decorreu em todo o país no "cumprimento cabal à lei".
Sem quantificar o material eleitoral destruído nas 18 províncias do país, entre boletins de votos válidos, reclamados e nulos, actas sínteses e cadernos eleitorais, utilizados nas mesas de voto, o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo disse tratar-se de "quantidades consideráveis".
"Este foi um acto realizado depois do processo eleitoral e assim podemos concluir que o processo eleitoral de 24 de Agosto de 2022 está encerrado e está a decorrer em simultâneo nas restantes capitais das províncias do país sob a égide das respectivas comissões provinciais eleitoral", explicou.
Só em Luanda, maior praça política e eleitoral do país, foram incinerados quase cinco contentores de 20 pés (mais utilizados para cargas de navios) contendo material eleitoral de 2022, como deu nota o presidente da Comissão Provincial Eleitoral (CPE), Afonso Ngongo.
O presidente da CPE de Luanda sinalizou a importância do acto traduzido em "sentimento de missão cumprida".
"Significa que de agora em diante estamos com as oficinas abertas para cumprirmos com todas as tarefas que nos forem sendo acometidas no âmbito da nossa missão que é organizar eleições nesta parcela do território nacional", rematou.
O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que teve como cabeça de lista do actual Presidente, João Lourenço, foi o vencedor das eleições de 2022 conquistando 124 assentos na Assembleia Nacional.
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) foi o segundo partido mais votado com 90 assentos no parlamento, quase o dobro das eleições de 2017.
O segundo ano parlamentar da quinta legislatura do parlamento angolano (2023-2027) tem início previsto para 15 de Outubro com o discurso sobre o Estado da Nação a ser proferido pelo Presidente, João Lourenço.