Os dados da pesquisa da PwC, empresa de consultoria e auditoria, foram apresentados esta Quarta-feira, em Luanda, pela responsável pela área de Sustentabilidade e Alterações Climáticas da consultora, Cláudia Coelho.
Segundo o estudo apresentado na abertura da III Conferência sobre Ambiente e Desenvolvimento, que abordou o impacto dos ODS nos negócios, 59 por cento das empresas inquiridas têm a sua acção centrada na responsabilidade social, 37 por cento no sector financeiro, 26 por cento no impacto dos ODS.
Em declarações à margem da conferência, Cláudia Coelho enalteceu o conhecimento das empresas angolanas sobre os ODS, observando, no entanto, que a sua actuação "ainda não é muito estratégica".
"Porque o que muitas delas fazem, limita-se apenas a um apoio pontual em áreas muito sociais, quando o que se quer é as empresas pensarem mais no seu negócio", realçou, defendendo colaboração sólida entre as empresas e o sector público para o alcance dos ODS.
A responsável considerou os ODS como "um sinal de agenda para a sustentabilidade global", salientando que "as empresas naturalmente têm um papel especial, na medida em que precisam compreender quais são os desafios".
"Há aqui um conjunto de desafios que são em parte respondidos pelas empresas, os Governos têm naturalmente uma parte essencial de tudo que tem a ver com as infra-estruturas, com as condições mais de base", realçou.
Cláudia Coelho afirmou que Angola tem um conjunto de "desafios muito grandes" para alcançar os ODS, sobretudo a nível social e da transformação do sector energético.
"Mas o que é interessante pensar é de que forma é que cada vez mais as empresas com uma responsabilidade social corporativa forte e muito alinhada e integrada com a comunidade podem, de facto, desenvolver projectos que contribuam simultaneamente para os ODS e para o desenvolvimento da sociedade", disse.
A responsável pela área de Sustentabilidade e Alterações Climáticas da PwC considerou, ao mesmo tempo, que os ODS não são um compromisso apenas entre Estados, "implicando também uma necessidade de alinhamento de todas as empresas do sector privado".
O alinhamento das empresas com os ODS, argumentou, permite não só identificar e gerir potenciais riscos para o negócio, mas também impulsionar a inovação e proporcionar novas oportunidades.
A III Conferência Ambiente e Desenvolvimento, realizada esta Quarta-feira, em Luanda, é uma iniciativa da revista Economia & Mercado.
