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Banco Mundial pede aos accionistas mais fundos para combater a pobreza

O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, pediu aos países-membros para aumentarem as contribuições financeiras para a luta contra a pobreza.

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"Estamos a chegar ao limite", alertou Ajay Banga, na sua intervenção na sessão plenária dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que decorrem esta semana em Marraquexe, salientando que "nenhum montante de engenharia financeira criativa vai compensar o facto de que é preciso mais financiamento".

Em concreto, o presidente do Banco Mundial apontou que "o crescimento económico nos países em desenvolvimento está a recuar, de 6 para 5 por cento em duas décadas, e a caminho de apenas 4 por cento nos próximos sete anos".

Cada ponto percentual de queda, explicou, equivale a mais 100 milhões de pessoas empurradas para a pobreza e mais 50 milhões caem na pobreza extrema.

"Além dos números, encontramos pessoas em dificuldades para garantirem rendimentos, a si e às suas famílias, que estagnaram; na África subsaariana o rendimento per capita é o mesmo de há 14 anos", disse, acrescentando que "a dívida subiu nos mercados emergentes, duplicou em África, e deitou os países ao chão, numa altura em que estavam a tentar levantar-se", depois dos choques das matérias-primas e da covid-19, para além dos efeitos das alterações climáticas.

A Associação Internacional para o Desenvolvimento, o braço de financiamento concessional do Banco Mundial, foi criada em 1960 para assegurar empréstimos com juros baixos e doações aos países mais pobres e é a maior fonte de financiamento para os 75 países mais pobres do mundo.

Os doadores reúnem-se de três em três anos para reabastecer os recursos e em Dezembro de 2021 asseguraram 93 mil milhões de dólares até 2025, mas Banga disse que logo em 2022 a maior parte deste capital foi mobilizado para responder às necessidades, e daí o desafio para os doadores serem ainda mais generosos no próximo ciclo de financiamento.

Na primeira grande intervenção desde que sucedeu a David Malpass, em Junho, Ajay Banga disse que a humanidade "enfrenta um conjunto de problemas tão complexo e severo que coloca em causa a nossa própria existência" e reconheceu que "existe uma desconfiança crescente entre o Norte e o Sul globais, que complica a perspetiva de sucesso".

“O Banco Mundial é meramente um instrumento que reflete a ambição dos nossos accionistas; o progresso a que aspiramos requer que os nossos recursos e o nosso capital sejam comensuráveis com a nossa visão e com os desafios", concluiu.

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