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Banco Mundial corta crescimento de Angola para 1,3 por cento, metade da previsão de Abril

O Banco Mundial reviu em baixa, para metade, a previsão de crescimento este ano da economia de Angola, antecipando uma expansão de 1,3 por cento, exactamente metade dos 2,6 por cento que previa no anterior relatório sobre África, divulgado em Abril.

:  Angola Image Bank
Angola Image Bank  

"Nigéria e Angola deverão crescer 2,9 por cento e 1,3 por cento, respectivamente, devido aos preços internacionais mais baixos e por causa das pressões que afectam a actividade petrolífera e não petrolífera", escrevem os economistas do Banco Mundial no relatório Pulsar de África, divulgado esta Quarta-feira em Washington, nas vésperas dos Encontros Anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que decorrem na próxima semana em Marraquexe.

"O aumento do conflito e da violência na região pesam na actividade económica, e esta crescente fragilidade pode ser exacerbada pelos choques climáticos", acrescenta-se ainda no relatório, que prevê que a África do Sul, a economia mais industrializada da África subsaariana, cresça apenas 0,5 por cento este ano.

Em Abril, o Banco Mundial previa que a economia de Angola crescesse 2,6 por cento este ano e estabilizasse à volta de 3,1 por cento até 2025, depois de um crescimento de 1,1 por cento em 2021, quando saiu da recessão, e de 3,5 por cento no ano passado.

No relatório sobre África, o Banco Mundial antevê um abrandamento para 2,5 por cento este ano da economia da região subsaariana, e alertou para o perigo de uma "década perdida".

"A crescente instabilidade, o fraco crescimento nas maiores economias da região e a permanente incerteza na economia global estão a prejudicar as perspectivas de crescimento da região", escrevem os economistas do Banco Mundial no relatório Pulsar de África.

"Em termos 'per capita', o crescimento na África subsaariana não aumentou desde 2015; na verdade, a região deverá contrair a uma taxa média anual per capita de 0,1 por cento entre 2015 e 2025, potencialmente criando uma década perdida de crescimento, no seguimento da queda abrupta do preço das matérias-primas em 2014 e 2015", acrescenta-se no documento divulgado bianualmente pelo Banco Mundial.

Para evitar esta década perdida, os economistas do maior banco multilateral de desenvolvimento defendem que a região deve "urgentemente atingir a estabilidade, aumentar o crescimento e criar empregos", apontando várias reformas que podem ajudar nestes objectivos, a começar pela criação de empregos, encarada como fundamental para sustentar o desenvolvimento económico da região que engloba os lusófonos Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe e Moçambique.

Apesar do fraco crescimento económico e do desfasamento entre o crescimento da população e a criação de empregos, a região vai ver a inflação abrandar, passando de 9,3 por cento no ano passado, para 7,3 por cento este ano, com os orçamentos a serem mais equilibrados nos países africanos que estão a apostar em políticas macroeconómicas prudentes e coordenadas.

"Em 2023, a Comunidade da África Oriental deverá crescer 4,9 por cento, enquanto a União Económica e Monetária da Oeste Africano (UEMOA, que integra a Guiné-Bissau) deverá crescer 5,1 por cento, mas o sobre-endividamento ['debt distress', no original em inglês] continua generalizado, havendo, em Junho, 21 países em alto risco de sobre-endividamento externo ou já em sobre-endividamento", aponta-se ainda no relatório.

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