Manuel Homem falava no final de uma reunião do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, dedicada a analisar a situação da província de Luanda.
Segundo o governador, os desafios nas escolas de Luanda não passam pelo aumento de carteiras escolares, mas também pela melhoria de infraestruturas.
O governante de Luanda frisou que gradualmente o Estado tem vindo a intervir, admitindo que o número de salas de aulas ainda é insuficiente.
"Temos consciência dessa necessidade e no âmbito deste programa que tivemos hoje também foi abordada a necessidade de incrementarmos a quantidade de escolas que Luanda precisa", frisou.
"Os primeiros indicadores que temos é que Luanda, para cobrir o défice, precisa de pelo menos até 1.000 escolas. É um número muito elevado de escolas e que exigem recursos financeiros e um programa muito bem orientado para podermos dar resposta a essa necessidade de escolas", acrescentou.
Manuel Homem sublinhou que há trabalho que deve continuar em relação às escolas públicas, num número de perto de 800 estabelecimentos de diferentes níveis.
De acordo com o governador, o número de escolas "é de longe insuficiente" para atender à densidade populacional de Luanda, atualmente com perto de dez milhões de habitantes.
"E é importante realçar que neste universo de cidadãos que Luanda tem, 40% dos cidadãos estão entre 0 e 14 anos, o que denota um grande desafio para os serviços públicos em relação à criação de condições, não só no setor da educação, mas também no setor da saúde, saneamento básico, onde efetivamente precisamos intervir e estamos direcionados a trabalhar nesse sentido", destacou.
O governador de Luanda avançou que fora do sistema de ensino "devem ter ficado entre 1,5 milhões de estudantes e 1,9 milhões de estudantes".
Um programa de apetrechamento das escolas está em curso, informou Manuel Homem, para cobrir a necessidade de carteiras, problema que, na semana passada, levou um professor a organizar uma marcha, com alunos de uma escola do município de Viana, para pedir este tipo de equipamento escolar.
"Vai continuar a ser executado nesta semana, mais escolas do município de Viana e da província de Luanda estão a receber carteiras. Não é um programa que foi criado de emergência, é um plano estruturado do Ministério da Educação e no nosso caso temos estado a receber essas carteiras para dar maior conforto e comodidade para os nossos alunos", referiu.
Na sequência da marcha, reprimida pela polícia, o professor chegou a ser detido.