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Governo afasta chineses da mina de Catoca e nacionaliza participações

O Presidente afastou os accionistas chineses da mina de Catoca, a maior do país, nacionalizando as participações detidas pela LL Internacional Holding BV sociais na Sociedade Mineira de Catoca, anunciou a Presidência.

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Segundo a nota, publicada na página oficial do Facebook, João Lourenço justifica a decisão dizendo que a LL Internacional Holding BV é "neste momento, uma sociedade sujeita a fortes medidas restritivas no país e no estrangeiro, que levaram à apreensão da sua participação social pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos e ao estabelecimento de sanções por parte do US Office of Foreign Assets Control [gabinete norte-americano de controlo de ativos estrangeiros]".

O decreto presidencial refere que "a manutenção da LL Internacional Holding BV na estrutura societária, com os actuais problemas judiciais e reputacionais, coloca em causa a estratégia da Sociedade Mineira de Catoca Lda, uma vez que impossibilita o acesso a funcionamentos vitais para o desenvolvimento de projetos mineiros actuais e futuros".

Através deste diploma, as quotas são transmitidas para o Estado, independentemente de quaisquer formalidades, livres de quaisquer ónus ou encargos, "sendo oponíveis a terceiros após o registo".

A participação da Leviev International - LLI (China), que detinha 18 por cento da sociedade mineira, foi bloqueada em 2021 e o seu controlo transferido para o Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE), a pedido da Procuradoria-Geral da República.

Com esta alteração, Angola, que já era maioritária no controlo accionista através da Endiama (diamantífera estatal), passou a deter 59 por cento das acções de Catoca, cabendo os restantes 41 por cento à gigante russa Alrosa.

Segundo o Financial Times, a LLI está ligada à China Sonangol, que disse ao jornal não ter actualmente qualquer relação com Sam Pa, um empresário chinês próximo do antigo presidente da Sonangol e ex-vice-presidente Manuel Vicente, apontado como intermediário em inúmeros negócios de venda do petróleo, através do China International Fund.

Sam Pa foi preso no início de Outubro de 2015 num hotel da capital chinesa, desconhecendo-se outras informações sobre o seu paradeiro desde essa data.

Em 2020, a PGR de Angola apreendeu os edifícios CIF Luanda One e CIF Luanda Two, localizados na capital, bem como mais de mil imóveis inacabados, edifícios, estaleiros e terrenos, na urbanização Vida Pacífica (Zango Zero) e no Kilamba, no âmbito da Lei sobre o Repatriamento Coercivo e Perda Alargado de Bens e da Lei Reguladora das Revistas, Buscas e Apreensões.

Os imóveis estavam na posse das empresas China International Fund - CIF, Limited (CIF Hong Kong) e China International Fund Angola - CIF, Limitada.

A CIF Limited é uma empresa privada chinesa com sede em Hong Kong e escritório em Pequim, fundada em 2003, para financiar projectos de reconstrução nacional e desenvolvimento de infraestruturas nos países em desenvolvimento, principalmente em África.

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